Joaquim Manuel Sampaio da Silva, mais conhecido por Quim no mundo do futebol, ainda continua a 'dar cartas' dentro das quatro linhas, mas com uma diferença assinalável. Em 2018, deixou a longa carreira de futebolista para abraçar a de treinador, encontrando-se bem mais longe dos principais holofotes do futebol nacional.
O mítico ex-guardião português, que nunca se aventurou no estrangeiro, começou por dar os primeiros passos no Ruivanense e chegou à formação do Sporting de Braga em 1989/90, subindo vários 'degraus' dos iniciados ao futebol sénior até rubricar a sua estreia profissional em 1994/95.
À quarta época na equipa principal dos arsenalistas, Quim conseguiu agarrar um lugar entre os postes e rapidamente passou a ser visto como um 'herói' no emblema minhoto, tendo motivado a contratação do Benfica já para lá da viragem do milénio, em 2004/05.
O antigo guarda-redes já tinha alcançado conquistas nas camadas jovens da selecão nacional e, na altura, saiu de Braga sem qualquer troféu pelo clube que o lançou para a elite do futebol português, mas a verdade é que, assim que chegou à Luz, venceu um campeonato e ainda uma Supertaça, numa altura em que discutia a titularidade com José Moreira.
Quim pisou grandes palcos europeus e defrontou vários 'tubarões', sobretudo ao serviço do Benfica.© Getty Images
Com 184 jogos disputados com a camisola das águias, em meia dúzia de temporadas, Quim deparou-se com a realidade de participar na Liga dos Campeões e ainda viria a conquistar mais troféus, desde a I Liga à Taça da Liga, acabando por regressar a Braga no verão de 2010, altura em que enfrentou a lesão mais dura da carreira (rotura do tendão de Aquiles), ao ponto de não ter feito um único jogo nessa época.
Seria uma questão de tempo até se destacar na baliza dos bracarenses em 2011/12, novamente no palco da Champions, despedindo-se da Pedreira na época seguinte, com a conquista de mais uma Taça da Liga, para rumar... ao Desportivo das Aves.
Foi em Santo Tirso que o experiente guardião quis 'pendurar as luvas', com quatro temporadas em que foi dono e senhor das redes da equipa que militava na II Liga, tendo contribuído para o seu regresso à principal divisão do futebol português, em 2017/18. Essa época ficou marcada não só pela inédita conquista da Taça de Portugal (competição para a qual foi escolhido a participar mais vezes por comparação a Adriano Facchini), frente ao Sporting (2-0), como pelo 'adeus' aos relvados consumado no Jamor.
Desportivo de Aves aproveitou as fragilidades de um clube vítima de um ataque de adeptos à academia e, com mérito, rubricou a maior página da história da equipa de Santo Tirso.© Getty Images
Não ficaria, porém, por aí a sua ligação ao futebol. Quim trocou as luvas de atleta pelas de treinador e, na Vila das Aves, iniciou o seu percurso como técnico de guarda-redes, acabando depois por rumar ao Rio Ave em 2020/21, seguindo o Tirsense (2021/22) e só depois o Trofense, na Liga 3, onde se mantém a dar os conselhos de quem sabe o que é estar em campo, disposto a ajudar os mais novos. Tudo isto longe dos holofotes.
Todas as semanas o Desporto ao Minuto apresenta-lhe uma nova edição da rubrica 'O que é feito de...?', que pretende recordar o percurso de algumas personalidades do mundo futebolístico que acabaram por cair no esquecimento.
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