O Benfica deu, ao início da noite desta segunda-feira, àquilo que se vai afigurando como um período de retoma, ao visitar e derrotar o Boavista, por 0-3, perfazendo um ciclo de três triunfos em tantos outros jogos sob a liderança de Bruno Lage.
Perante uma equipa axadrezada debilitada (que, ainda assim, deu o primeiro sinal de aviso, logo ao terceiro minuto, quando Salvador Agra falhou o alvo, após uma saída para o contra-ataque), os encarnados impuseram-se, e a verdade é que, apesar de um ou outro sobressalto, ficou claro que o triunfo não escaparia.
Ao sétimo minuto, Kerem Akturkoglou obrigou Tomé Sousa a uma boa defesa, mas, instantes depois, não se mostrou tão benevolente, visto que pegou na bola, 'levou tudo à frente' e deixou-a nos pés de Vangelis Pavlidis, que só teve de encostar para o fundo da baliza.
Seguiram-se duas 'tímidas' tentativas de golo, por intermédio de Ilija Vukotic e Sebastián Pérez, que deram lugar... a mais um golo dos visitantes. Desta feita, da autoria de Orkun Kokçu, com um remate 'do meio da rua', que só parou quando beijou as redes.
Já no segundo tempo, as águias procuraram dilatar a vantagem, mas, ora a ineficácia (Kerem Akturkoglu, por exemplo, viu uma 'chapelada' bater na malha superior), ora Tomé Sousa (que desviou remates de Tomás Araújo e Nicolás Otamendi, no espaço de segundos) foram adiando... o inevitável.
Aos 88 minutos, Bruno Lage mexeu pela última vez, lançando Arthur Cabral para o lugar de Vangelis Pavlidis, e o avançado brasileiro retribuiu a confiança na perfeição, ao superar a pressão de Bruno Onyemaechi antes de rematar para o tento que selou, de uma vez por todas, o resultado final.
Feitas as contas, com este triunfo, o Benfica passa a somar 13 pontos, pelo que ascende à terceira posição da I Liga, a cinco pontos do líder, o Sporting, e a dois do segundo classificado, o FC Porto. Já o Boavista, permanece no 15.º lugar, com cinco pontos.
Figura
Kerem Akturkoglu vai-se tornando, jogo após jogo, numa figura cada vez mais importante para o ataque do Benfica. O internacional turco fez jus à alcunha de 'Harry Potter' e desencantou momento de 'magia' de forma sucessiva, o primeiro dos quais, no lance que culminou no golo de Vangelis Pavlidis, logo aos 11 minutos de jogo, antes de deixar a bola para o 'míssil' de Orkun Kokçu, aos 31.
Surpresa
As dúvidas começavam a instalar-se sobre Vangelis Pavlidis, que já não marcava desde o triunfo sobre o Casa Pia, por 3-0, a 17 de agosto, mas o próprio fez questão de as dissipar, ao regressar aos golos. Um registo que, ainda assim, 'sabe' a pouco, dadas as oportunidades de que o internacional grego dispôs.
Desilusão
Travar o ataque do Benfica nunca seria tarefa fácil, mas a verdade é que Bruno Onyemaechi, até pelos créditos que somou, nas últimas temporadas ao serviço do Boavista, deixou a desejar. Logo aos sete minutos, falhou uma interceção, que por pouco não deu em golo de Kerem Akturkoglou, e, daí em diante, não mais mostrou capaz de se reerguer.
Treinadores
Cristiano Bacci: A tarefa do timoneiro do Boavista seria sempre ingrata, dada a conhecida escassez de opções que tem à disposição. Ficou sempre a sensação de que, ao Benfica, bastaria acelerar um pouco para 'desmontar' a sua equipa, ainda que esta tenha ensaiado, aqui e ali, algumas investidas no ataque, especialmente, no primeiro tempo.
Bruno Lage: O atual treinador do Benfica fez aquilo que o antecessor, Roger Schmidt, nunca conseguiu fazer. Isto é, soltar toda a criatividade do ataque, que acabou por fazer a diferença. Os níveis de confiança estão, também eles, notavelmente superiores, isto embora a defesa continue a deixar a desejar, particularmente, na forma como soma erros na construção, 'oferecendo' oportunidades evitáveis.
Árbitro
Uma noite tranquila para a equipa de arbitragem liderada por João Pinheiro, ainda que não isenta de erros, particularmente, na primeira parte, onde saltaram à vista alguns foras de jogo mal assinalados ao ataque do Benfica, que, dado o avolumar do resultado, acabaram por passar 'despercebidos'.
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