Francisco Conceição, hoje chamado à seleção nacional, concedeu esta sexta-feira uma longa entrevista ao jornal italiano La Stampa, na qual falou, entre outros temas, sobre o que tem sido a experiência ao serviço da Juventus, para onde se mudou este verão a título de empréstimo por parte do FC Porto.
"Já não me vejo sem esta camisola, não posso fazer outras declarações porque não me cabe a mim fazê-las. Mas gosto do projeto da Juventus. O Porto é maravilhoso. Turim intriga-me muito: aqui há tudo para viver a minha profissão no seu melhor", afirmou o internacional português, que falou sobre o golo que marcou na Alemanha diante do Leipzig.
"Foi um momento bonito, para mim e para a equipa: na Alemanha marquei o meu melhor golo, mas trabalho para marcar melhores. Gosto de pensar em grande, gostaria de, um dia, ser recordado como um dos mais fortes", explicou Conceição, que falou ainda da expulsão diante do Cagliari, por simulação.
"Fui tocado, o árbitro podia não ter dado ou ter dado o penálti, mas eu não simulei. Em geral, ando sempre a mil à hora, à procura do drible. Para mim, o futebol é tudo... o meu estado de espírito está intimamente ligado ao que acontece no jogo. Tento separar o trabalho da família, mas muitas vezes não consigo e, por isso, em casa, fico um pouco nervoso se as coisas não correm como deviam", ressaltou.
"Thiago Motta pede-nos criatividade quando estamos no último terço do campo. Ele diz-nos que, no âmbito de uma estratégia coletiva, cada um é livre de tirar partido das suas próprias caraterísticas. Inspiro-me no futebol de rua, uma forma de pensar que desperta o interesse dos adeptos", vincou ainda.
Francisco Conceição falou ainda sobre como foi ter o pai Sérgio Conceição como treinador na passagem pelo FC Porto.
"Uma honra, e não o digo por ser meu pai: os factos falam por ele. Uma honra e um fardo… não nego que não foi fácil tê-lo como treinador, mas, ao mesmo tempo, esta situação foi um empurrão para me aperfeiçoar todos os dias e provar que não era um favorecido. Consegui chegar à seleção nacional sozinho. Falamos antes e depois de cada jogo, mas ele nunca intervém em temas táticos ou situações estratégicas que pertençam aos aspetos técnicos, mantém-se afastado disso. Nas nossas conversas, falamos de mim, de como me sinto, de como devo enfrentar o desafio do ponto de vista mental", assegurou Conceição, falando ainda dos irmãos, também eles futebolistas.
"O José tem nove anos, mas é bom com a bola. Depois sou eu, há o Moises na terceira liga portuguesa e há os dois defesas, o Rodrigo, 24 anos, do Zurique e o Sérgio, 27 anos, do Anorthosis, da primeira divisão do Chipre. Uma bela equipa", finalizou.
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