A operação foi concretizada através da sua subsidiária Dragon Notes, e feita através de uma colocação privada junto de investidores institucionais, de acordo com a informação prestada pelos 'azuis e brancos' à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
"Esta é uma operação da qual nos orgulhamos muito, é um passo histórico para o FC Porto", destacou o presidente André Villas-Boas no sítio de internet dos 'dragões', acrescentando que a mesma é essencial para o clube "crescer a nível operacional, comercial e desportivo" e para "lidar com o dia a dia de outra forma".
As obrigações vão pagar durante os primeiros três anos um juro anual em novembro de cada ano, e, de novembro de 2028 a novembro de 2049, vão ser reembolsadas por prestações constantes (capital e juros), o que representa uma maturidade média ponderada de 16,5 anos.
"É uma operação com a qual estamos muito satisfeitos. Foram sete largos meses de negociações com a banca internacional e é importante para nós termos a nossa credibilidade reconhecida enquanto clube, mas também enquanto administração", vincou André Villas-Boas.
O FC Porto congratulou-se com a elevada procura registada nesta emissão, que rondou os 170 ME, bem como com a "elevada qualidade" dos investidores institucionais que participaram na operação, como resultado da qualidade de crédito da Dragon Notes, evidenciada pela notação de 'investment grade' (grau de investimento) atribuída pela agência de rating DBRS (rating de crédito de longo prazo de 'BBB Low'), em resultado de um modelo de negócio "resiliente e com perspetivas de crescimento" por parte da Porto Stadco.
A Dragon Notes é a subsidiária que detém a totalidade da participação do FC Porto na Porto Stadco, correspondente a 70% dos direitos económicos dessa sociedade, e as obrigações Dragon Notes serão garantidas em primeira linha pelos dividendos a pagar pela Porto Stadco à Dragon Notes, sendo que o eventual excesso, após serviço da dívida, será distribuído para o FC Porto após cumprimento de determinadas condições.
"Nesta operação não foram atribuídas aos obrigacionistas garantias reais, nomeadamente a hipoteca sobre o Estádio do Dragão ou passes de jogadores", salientaram os 'azuis e brancos', revelando que "a operação Dragon Notes destina-se a refinanciar o passivo existente e a financiar a atividade global do FC Porto" e que representa "um passo decisivo na concretização da estratégia de financiamento" do FC Porto.
Segundo a SAD liderada por Villas-Boas, esta emissão permite a extensão da maturidade média da dívida, e a redução do custo médio da dívida da entidade.
"Esta operação foi também alicerçada na renegociação da parceria com a Ithaka concluída em agosto pelo atual Conselho de Administração para, entre outros aspetos, prever a possibilidade de o FC Porto poder emitir dívida com base nos 70% dos direitos económicos da Porto Stadco que continuará a deter", sublinhou a sociedade portista.
Nesta transação, o banco norte-americano J.P. Morgan atuou como agente colocador das obrigações e a Key Capital Partners como 'advisor' (consultor) financeiro do FC Porto, e a Clifford Chance e a PLMJ atuaram como assessores legais.
Os custos totais destas entidades, assim como da agência de rating, representam 0,26% por ano do valor total da emissão, especificou a SAD dos 'dragões'.
"Esta operação vai permitir, sobretudo, a sustentabilidade do clube, não só a longo prazo, mas também a curto e médio prazo, nomeadamente para fazer face aos encargos financeiros que tem e para baixar o custo da dívida", assinalou Villas-Boas.
E rematou: "Em realidade, é uma dívida contraída para pagar dívida, mas que nos permite em linha com os próximos 25 anos crescer a nível operacional, comercial e desportivo, sobretudo".
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