Luís Montenegro antevê "página dourada" para Portugal no Mundial'2030

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, enalteceu hoje o empenho da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) na bem-sucedida candidatura à organização do Mundial2030, antevendo uma "página dourada" para o desporto nacional e para o país.

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© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images

Lusa
11/12/2024 21:33 ‧ 11/12/2024 por Lusa

Desporto

Mundial'2030

Após uma curta receção ao presidente da FPF, Fernando Gomes, na sua residência oficial, Luís Montenegro elogiou a forma como o processo foi conduzido e que "hoje culminou com a atribuição oficial da realização do Mundial de futebol de 2030 em Portugal, em Espanha e em Marrocos".

 

"Este reconhecimento é tanto mais significativo quanto nós sabemos que as vicissitudes da própria caminhada da candidatura fizeram com que em vários momentos a FPF tivesse que assumir a liderança do processo, não menosprezando e muito menos desrespeitando os nossos parceiros nesta organização, mas porque, por razões variadas, em algumas circunstâncias, não estavam totalmente habilitados a poder fazê-lo, e foi a FPF que manteve sempre esta chama viva e pôde levar a bom porto esta candidatura", afirmou.

O chefe do Governo aludia à saída de Luis Rubiales da presidência da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), em setembro de 2023, na sequência do escândalo na final do Mundial feminino, quando celebrou a conquista da seleção com um beijo não consentido a Jenni Hermoso.

Portugal, que recebeu o Euro2004, vai organizar pela primeira vez o Campeonato do Mundo, tal como Marrocos, que repete em 2025 o estatuto de anfitrião da Taça das Nações Africanas (CAN) estreado em 1988, enquanto a Espanha já albergou o Euro1964 e o Mundial1982.

Luís Montenegro realçou a dimensão simbólica do Mundial2030, que, à sua 24.ª edição, vai ser organizado por países vizinhos, mas de Europa e África, alargando-se ainda à América do Sul.

"Este Mundial é um Mundial histórico, é, de resto, um Mundial no qual se vai evocar o primeiro centenário dos Mundiais. Isso mesmo vai originar a realização de três jogos num terceiro continente", referiu o primeiro-ministro, recordando os encontros a disputar em Uruguai, Paraguai e Argentina, para assinalar os 100 anos do primeiro Campeonato do Mundo.

Na declaração aos jornalistas, perante Gomes, mas também António Laranjo, presidente da comissão organizadora do Mundial2030, e de Pedro Duarte, ministro dos Assuntos Parlamentares, Luís Montenegro destacou ainda as diferenças entre Portugal, Espanha e Marrocos, dos pontos de vista cultural, socioeconómico, religioso e desportivo.

"É, portanto, um Mundial de inclusão e de encontro, um Mundial que está à altura dos pergaminhos de Portugal, como nação com vocação universalista", vincou.

Referindo-se diretamente ao presidente federativo, reconheceu que Fernando Gomes, "no desempenho dessa função, escreveu as páginas mais douradas do nosso chamado 'desporto rei'".

"Eu quero também aproveitar esta ocasião para o cumprimentar por todo o percurso. Vinha já um percurso trilhado pela liderança anterior [de Gilberto Madail], mas o doutor Fernando Gomes, efetivamente, conduziu os destinos da FPF até aqui com uma competência que é hoje também reconhecida do ponto de vista internacional e colabora para a decisão que foi tomada", salientou.

Finalmente, o primeiro-ministro assumiu-se certo de que Portugal vai dar, "mais uma vez, nota da capacidade organizativa, da capacidade de realizar grandes eventos com profissionalismo, com brio, com alegria, com paixão".

"E isso vai redundar num êxito desportivo, mas também num êxito de promoção da nossa cultura, da nossa língua, da nossa economia e, seguramente, em retorno material e imaterial. E vamos, seguramente, reforçar a nossa credibilidade internacional, vamos atrair muitos turistas, vamos ter retorno económico de vária natureza, até vamos ter uma arrecadação extraordinária da receita fiscal, por via da realização, no nosso país, desta prova", salientou, assegurando que, para isso, não estará "uma despesa associada de grande envergadura".

A organização do Mundial2030 em Portugal, Espanha e Marrocos foi ratificada hoje no Congresso da FIFA, numa competição que também passará pela América do Sul, nomeadamente por Argentina, Paraguai e Uruguai, que irão acolher três partidas da fase final, como forma de celebrar o centenário da competição, cuja primeira edição decorreu no Uruguai, em 1930.

Os três estádios portugueses que vão acolher jogos do Mundial2030 serão o Estádio da Luz, o Estádio José Alvalade, ambos em Lisboa, e o Estádio do Dragão, no Porto.

Leia Também: FPF defende que Portugal não conseguiria organizar Mundial'2030 sozinho

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