FPF defende que Portugal não conseguiria organizar Mundial'2030 sozinho

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) ofereceu hoje ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, o diploma oficial da atribuição do Mundial2030 a Portugal, Espanha e Marrocos, reconhecendo que o país apenas consegue acolher a competição em conjunto.

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Lusa
11/12/2024 21:31 ‧ 11/12/2024 por Lusa

Desporto

Mundial'2030

Fernando Gomes, acompanhado pelo presidente da comissão organizadora do Mundial2030, António Laranjo, foi hoje recebido na residência oficial do primeiro-ministro, agradecendo-lhe o empenho da tutela, igualmente na presença do ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, alargando este cumprimento ao anterior Executivo, personalizando-o em António Costa e Ana Catarina Mendes.

 

Recordando as primeiras conversas sobre a candidatura, em Sochi, na Rússia, por ocasião de um embate entre Portugal e Espanha, Fernando Gomes recordou "um processo naturalmente difícil", mas também a cerimónia de lançamento em Madrid, com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do Rei de Espanha, Filipe VI.

"De uma forma muito, muito clara, nós estamos convencidos que dificilmente teríamos condições, não fosse esta associação a Marrocos e a Espanha, que eu gostaria, neste momento, de saudar de uma forma especial, porque foi um trabalho conjunto extremamente valioso para chegar a este desiderato. Mas com certeza nós não teríamos grandes hipóteses de organizar um Campeonato do Mundo unicamente de Portugal", frisou Fernando Gomes, em declarações aos jornalistas, em São Bento.

O líder federativo recordou as dificuldades sentidas com a saída de Luis Rubiales da presidência da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), em setembro de 2023, para elogiar o trabalho desenvolvido por António Laranjo.

"Temos de estar agradecidos, não só por este apoio, mas também pelo trabalho desenvolvido pela engenheiro Laranjo, com as suas equipas, em momentos difíceis, que são conhecidos, nomeadamente o ocorrido há cerca de um ano e três meses com a situação da RFEF, em que nos obrigou um esforço redobrado para mantermos viva esta nossa candidatura, e com a qualidade que, efetivamente, foi demonstrada e hoje visível na apresentação", explicou.

Gomes aproveitou ainda a ocasião para agradecer aos presidentes das Câmaras Municipais de Lisboa, Carlos Moedas, e Porto, Rui Moreira, mas também aos líderes dos clubes cujos estádios vão acolher jogos, casos de Benfica, FC Porto e Sporting.

Assegurando um "investimento praticamente residual" nesta organização, Fernando Gomes assegurou, para breve, a apresentação do estudo de impacto económico-social, "onde é claro o retorno deste torneio em solo português".

"Estamos convencidos que, como o Euro2004 marcou uma época em termos daquilo que são os Europeus, o 2030 vai marcar uma época relativamente à realização dos futuros Campeonatos do Mundo", prometeu, antevendo um Mundial2030 "de referência que, efetivamente, acautela aspetos fundamentais, nomeadamente da questão dos direitos humanos, da sustentabilidade, da rentabilidade".

A organização do Mundial2030 em Portugal, Espanha e Marrocos foi ratificada hoje no Congresso da FIFA, numa competição que também passará pela América do Sul, nomeadamente por Argentina, Paraguai e Uruguai, que irão acolher três partidas da fase final, como forma de celebrar o centenário da competição, cuja primeira edição decorreu no Uruguai, em 1930.

Portugal, que recebeu o Euro2004, vai organizar pela primeira vez o Campeonato do Mundo, tal como Marrocos, que repete em 2025 o estatuto de anfitrião da Taça das Nações Africanas (CAN) estreado em 1988, enquanto a Espanha já albergou o Euro1964 e o Mundial1982.

Os três estádios portugueses que vão acolher jogos do Mundial2030 serão o Estádio da Luz, o Estádio José Alvalade, ambos em Lisboa, e o Estádio do Dragão, no Porto.

Leia Também: Marcelo considera que Mundial'2030 é "esforço financeiro que vale a pena"

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