O FC Porto voltou a experimentar a sensação de dormir uma noite na liderança (provisória) da I Liga, fruto da goleada imposta ao Boavista (4-0), este sábado, ficando à espera do que irá acontecer no dérbi entre Sporting e Benfica, face às contas 'embrulhadas' no pódio do campeonato.

Samu tem quatro letras. Nico igual. Mora também. Os três foram os grandes responsáveis pelos quatro golos da equipa de Vítor Bruno, num dérbi 'quentinho' que contou com uma homenagem ao antigo presidente Pinto da Costa, nas comemorações do seu 87.º aniversário.

Após um primeiro falhanço, Samu redimiu-se e inaugurou o marcador aos 31 minutos, numa jogada que ainda passou pelo crivo do VAR, revelando ser suficiente para a vantagem pela margem mínima que se verificava ao intervalo.

Num arranque de segundo tempo supersónico, Rodrigo Mora voltou a dar 'show' e, após ter assistido Nico González para o segundo (55'), tratou de rubricar a sua estreia a marcar no Estádio do Dragão, com um verdadeiro golaço (59').

Numa altura em que se cantavam os parabéns aos ex-líder dos dragões, Samu selou a 'chapa 4' da sua equipa com um bis (88') a confirmar a 'Boa vista' do FC Porto para o dérbi entre Sporting e Benfica, a partir do trono da I Liga, ainda que à condição.

O apito final ficou ainda marcado pelo curioso 'picanço' entre Rodrigo Mora e Samu, com muitas gargalhadas pelo meio, uma vez que o avançado de 17 anos voltou a 'roubar' o prémio de MVP ao ponta de lança espanhol.

Vamos então às notas da partida:

Figura

Podia ser Samu, mas o momento justifica que seja Rodrigo Mora a ser considerado, uma vez mais, o protagonista do novo triunfo do FC Porto. O jovem avançado voltou a ser aposta de Vítor Bruno no onze inicial e foi por via do seu 'show' no arranque do segundo tempo - novamente com uma assistência e um golo (a estreia a marcar em casa) - que a sua equipa carimbou tranquilamente mais três pontos.

Surpresa

André Franco surpreendeu tudo e todos ao figurar no onze inicial, rendendo o (afastado) Fábio Vieira, mas a verdade é que cumpriu na plenitude, sem sequer precisar de contribuir com golos ou assistências. O médio português - que já não era titular há quase um ano - acertou praticamente em todos os passes e ganhou muitos duelos, revelando ser uma peça crucial para que os seus colegas 'virassem' protagonistas.

Desilusão

Augusto Dabó foi 'apanhado na curva' por mais do que uma ocasião no dérbi da cidade Invicta e isso ficou à vista, sobretudo, nos duelos, uma vez que perdeu grande parte deles. Além disso, a passividade perante algumas investidas do FC Porto acabou por ser penalizadora para a sua linha defensiva, que 'desmoronou' por completo assim que viu o adversário chegar ao segundo golo.

Treinadores

Vítor Bruno só não cumpriu o lema 'equipa que ganha não mexe' porque decidiu deixar Fábio Vieira de fora da ficha de jogo, apostando na titularidade de André Franco. O FC Porto nem sempre dominou o dérbi, mas a cada golo apontado, sentia-se que podia surgir outro logo a seguir - foi assim no arranque do segundo tempo. As substituições - estratégicas por sinal - aconteceram já com o encontro decidido.

Cristiano Bacci já mostrou que é capaz de colocar o Boavista a 'jogar pela vida' nos grandes duelos, à semelhança das mais recentes deslocações a Guimarães (2-2) e Alvalade (3-2), mas desta vez não teve 'pedalada' para o FC Porto. Apesar do bom arranque no dérbi, as debilidades ficaram rapidamente à tona e nem as mexidas no segundo tempo salvaram os axadrezados da goleada.

Árbitro

João Gonçalves não teve propriamente uma noite difícil no Estádio do Dragão. Sem influência no resultado e sem casos altamente polémicos a registar, o árbitro de 33 anos apenas terá pecado no critério disciplinar, fruto dos timings de algumas admoestações de cartões amarelos.

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