Agressor de Nantes tem 16 anos, é fã de Hitler e esfaqueou aluna 57 vezes

A vítima mortal, uma adolescente de 15 anos, era "a única pessoa da escola, entre os seus conhecidos, com quem o jovem se dava bem".

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© LOIC VENANCE/AFP via Getty Images

Márcia Guímaro Rodrigues
25/04/2025 20:04 ‧ há 4 horas por Márcia Guímaro Rodrigues

Mundo

França

O suspeito de um ataque à faca levada a cabo na escola secundária privada Notre-Dame-de-Toutes-Aides, em Nantes, França, tem apenas 16 anos, é fã de Adolf Hitler e esfaqueou a vítima mortal, "a única pessoa com quem se dava bem", 57 vezes.

 

Em conferência de imprensa, esta sexta-feira, o procurador público de Nantes, Antoine Leroy, adiantou que a vítima do ataque de quinta-feira é "uma jovem que tinha acabado de completar 15 anos". Além da vítima mortal, "três pessoas ficaram feridas".

Antes do ataque, o suspeito, que tem apenas 16 anos e estudava naquele estabelecimento de ensino desde 2021, "compareceu a uma aula de Biologia" que "decorreu sem incidentes". Depois, foi à casa de banho, onde "deixou no chão uma mochila com uma réplica de uma pistola Colt 45", e duas facas, incluindo uma de "20 centímetros" que usou para esfaquear as vítimas. 

Pelas 12h15 locais (11h15 em Lisboa), "enviou um e–mail com manifesto" aos colegas e 15 minutos depois entrou numa sala de aula e perguntou se "estava ali algum amigo". Face à resposta negativa, voltou à  casa de banho e "recuperou a faca de 20 centímetros e foi para a mesma sala".

Quando regressou, "atacou imediata e exclusivamente a jovem que viria a morrer". A adolescente foi esfaqueada 57 vezes, a maioria das vezes na parte superior do corpo e na cabeça. Os golpes fatais atingiram a "veia jugular e a artéria carótida", mas o agressor continuou a "atacá-la" mesmo deitada no chão.

Segundo Antoine Leroy, citado pelo Le Parisien, a vítima mortal e o agressor conheceram-se "durante uma excursão escolar a Roma há algum tempo" e era "a única pessoa da escola, entre os seus conhecidos, com quem o jovem se dava bem, com quem podia ter um diálogo que ele próprio considerava de qualidade".

Ainda assim, as autoridades acreditam que o crime não está relacionado "com uma possível relação afetiva". "O conceito de deceção romântica não é o conceito que o próprio apresenta, então, neste momento, não podemos falar sobre deceção romântica", esclareceu.

Após o crime, o jovem foi para "uma sala do outro lado do corredor", onde, "com uma faca na mão, e sem distinção, atacou aleatoriamente três estudantes: dois meninos e uma menina".

"Uma primeira jovem sofreu algumas facadas leves. A segunda vítima, um jovem, sofreu facadas um pouco mais graves, e a terceira vítima, também um jovem, sofreu facadas ainda mais graves na parte superior do corpo, incluindo uma ou mais na cabeça", explicou o procurador.

O agressor foi parado por um funcionário da escola, que ouviu os gritos e correu para a sala, acabando por agredir o jovem com uma cadeira "nas costas e na cabeça", para que parasse. 

O adolescente ainda perseguiu o funcionário com a faca, mas acabou por ser colocado "numa espécie de câmara hiperbárica, da qual não conseguiu fugir". Após um diálogo, "o jovem concordou em entregar a faca que tinha na mão, bem como o pequeno canivete que tinha no bolso", antes de a polícia chegar ao local.

Segundo o procurador, o suspeito foi descrito "por todos como extremamente solitário" e "com poucos amigos". Além disso, tem "um fascínio por Hitler" e "é um jovem claramente suicida".

O adolescente pode vir a ser acusado de homicídio qualificado por haver "elementos suscetíveis de caracterizar premeditação". Este crime é punível com "prisão perpétua, inclusive para menores".

Após a detenção, o agressor "não estava em condições de se expressar normalmente" e foi internado numa "unidade psiquiátrica para adolescentes suicidas".

Leia Também: Bayrou quer mais segurança nas escolas depois de esfaqueamento mortal

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