Ministro da saúde moçambicano diz que greve dos profissionais é um "desastre"

O ministro da Saúde de Moçambique voltou hoje a criticar a greve no setor e pediu ao diálogo sem interrupção dos serviços básicos pela classe.

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Lusa
25/04/2025 22:30 ‧ há 7 horas por Lusa

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"Uma greve na saúde é um desastre. [...] A minha recomendação e o meu pedido aos meus colegas é que vamos discutir o assunto, por um lado, mas não podemos deixar de atender os nossos pacientes. [...] Então, este é o meu apelo aos colegas: Vamos trabalhar juntos, de forma organizada, de forma estruturada, porque temos que salvar vidas", pediu o ministro da Saúde, Ussene Isse, em Gaza.

 

Em causa está a greve dos profissionais de saúde moçambicanos que começou no dia 17, por um período de 30 dias que pode estender-se caso não se chegue a "acordos concretos" com o Governo.

A Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) exige, há três anos, que o Governo providencie medicamentos aos hospitais, face às necessidades - com os fármacos, em alguns casos, a serem adquiridos pelos próprios pacientes -, assim como a compra de camas hospitalares.

Outras reivindicações passam pela resolução da "falta de alimentação", pelo equipamento de ambulâncias com materiais de emergência e equipamentos de proteção individual não descartáveis, cuja falta vai "obrigando os funcionários a comprarem do seu próprio bolso", pelo pagamento de horas extraordinárias, além de exigirem um melhor enquadramento no âmbito da Tabela Salarial Única (TSU).

Falando à margem da inauguração de um laboratório de saúde pública em Xai-Xai, capital provincial de Gaza, Isse afirmou que a postura dos profissionais de saúde é "inconcebível" e prejudica os pacientes.

"A gente não pode fazer greve morrendo pessoas. Isso não é concebível, não é permissível que alguém tenha um coração tão mau e diz estar na saúde [...], a nossa profissão, infelizmente, é uma profissão em que a greve não é permissível porque nós lidamos com uma das maiores dádivas de Deus no ser humano, que é a vida", defendeu.

O Governo de Moçambique pediu na terça-feira aos profissionais de saúde em greve "confiança" no diálogo em curso, garantindo que a estabilização da situação da classe é uma prioridade.

"[O Governo vem] apelar, mais uma vez, para que se confie nas virtudes do diálogo [...], que a estabilização da situação dos profissionais de saúde é uma preocupação do Governo", disse o porta-voz do Governo de Moçambique, Salim Valá, em declarações à comunicação social, à margem do Conselho de Ministros, em Maputo.

O Sistema Nacional de Saúde moçambicano enfrentou, nos últimos dois anos, diversos momentos de pressão, provocados por greves de funcionários, convocadas, primeiro, pela Associação Médica de Moçambique (AMM) e, depois, pela APSUSM, que abrange cerca de 65.000 profissionais de saúde de diferentes departamentos e que exigem, sobretudo, melhorias das condições de trabalho.

O país tem um total de 1.778 unidades de saúde, 107 das quais são postos de saúde, três são hospitais especializados, quatro hospitais centrais, sete são gerais, sete provinciais, 22 rurais e 47 distritais, segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde.

Leia Também: EUA investiram 61 milhões em alimentação nas escolas moçambicanas

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