Papa não viu irmã mais nova durante 12 anos. Último abraço ficou por dar

Os irmãos não se viram durante 12 anos, uma vez que a longa viagem desde a Argentina ao Vaticano e a intensidade da emoção poderia ser demais para o corpo da mulher.

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Notícias ao Minuto
24/04/2025 23:28 ‧ há 5 horas por Notícias ao Minuto

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Papa Francisco

Desde março de 2013 que María Elena Bergoglio não vê o irmão. Falamos nada mais, nada menos do que Papa Francisco que, para a sua irmã mais nova, era apenas Jorge Mario. O desejo de um reencontro nunca deixou os irmãos, mas a distância, a saúde debilitada e os compromissos ditaram que o último abraço ficasse por dar.

 

A mais nova dos cinco filhos de Mario José Bergoglio e María Regina Sívori é, aos 76 anos, a única irmã viva de Jorge Mario Bergoglio. Mariela, como é conhecida por quem lhe é próxima, reside numa instituição religiosa localizada na zona oeste de Buenos Aires, sob o cuidado de freiras. Os irmãos não se viram ao longo destes últimos 12 anos, uma vez que a longa viagem desde a Argentina ao Vaticano e a intensidade da emoção poderia ser demais para o corpo da mulher, de acordo com o La Nacion.

De facto, María Elena admitiu, à CNN, ter rezado para que o irmão não fosse eleito no conclave, para que não se fosse embora.

“No conclave anterior, rezei para que não fosse eleito… porque não queria que o meu irmão fosse embora. Uma postura egoísta, pode dizer-se”, disse.

Mas, depois, mudou de ideias: “Rezei para que o Espírito Santo agisse e me ignorasse. E ignorou-me.”

Apesar de estar a acompanhar a eleição, María Elena estava convencida de que o irmão não seria o escolhido. Não só nunca tinha havido um Papa da América Latina, como tinha conhecimento de detalhes do conclave anterior. Jorge Mario contou-lhe que, na altura, reuniu 40 votos numa das rondas. Ainda assim, o coletivo chegou a um impasse e os votos dispersaram, pelo que Francisco pediu para que parassem de votar nele e apoiassem o cardeal Joseph Ratzinger, que viria a ser o Papa Bento XVI. Aos 76 anos, Jorge Mario julgou que não teria mais oportunidades e pensava, inclusivamente, na reforma. Contudo, a 13 de março de 2013, tudo mudou.

"Assim que ouvi 'Jorge Mario', fiquei completamente paralisada. Nem ouvi o apelido ou o nome que ele escolheu como Papa. Comecei a chorar inconsolavelmente", admitiu María Elena, mais tarde.

A irmã mais nova de Francisco foi dona de casa toda a vida. Separada e mãe de dois filhos, Jorge e José, María Elena e Jorge Mario sempre foram cúmplices, de tal forma que, no dia em que foi eleito Papa, Francisco ligou-lhe, a partir de Roma. Foi uma chamada breve, na qual lhe pediu que avisasse a família que estava bem e que não poderia ligar a todos, senão acabaria por “esvaziar os cofres do Vaticano”.

Concordaram, além disso, que María Elena não viajaria até Roma para a tomada de posse, à qual a mulher assistiu com os dois filhos, pela televisão.

“Ele sempre foi um irmão muito solidário, muito presente, apesar da distância e dos compromissos com a Igreja. Conversamos uma vez por semana, escrevemos cartas e, ocasionalmente, organizamos almoços em família, onde, até recentemente, ele costumava cozinhar. Porque ele adora fazer os seus risotos de lula recheada ou de cogumelos, que aprendeu com uma receita herdada da nossa avó italiana”, disse María Elena, em entrevista à revista HOLA Argentina.

Recorde-se que o Papa Francisco morreu na segunda-feira, aos 88 anos, na sequência de um AVC, ao fim de 12 anos de pontificado.

Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta e primeiro latino-americano a chegar à liderança da Igreja Católica.

A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano. O Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março.

Leia Também: Papa. Cardeal que encobriu abusos sexuais participará no fecho do caixão

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