Trata-se, segundo a imprensa local, do décimo quinto voo de repatriamentos, com 174 adultos e 142 crianças e adolescentes, ao abrigo do programa "Plan Vuelta a la Patria" (PVP) que tem como propósito o regresso dos venezuelanos que se encontram no estrangeiro.
Os dados incluem um outro voo realizado quarta-feira pelas estatal Conviasa, com 174 migrantes (29 mulheres e 145 homens) que foram repatriados desde Palmerola, em Honduras.
Segundo a televisão estatal venezuelana, as crianças e adolescentes repatriados são recebidos por uma equipa multidisciplinar do Estado venezuelano que incluem funcionários do Sistema de Atenção ao Menino, Menina e Adolescente, e também da Cruz Vermelha da Venezuela.
Os repatriados vão ainda ser submetidos aos protocolos estabelecidos noutros repatriamentos, que incluem cuidados médicos, identificação, assim como a verificação dos registos criminais.
Quarta-feira, o Procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou a extradição, desde El Salvador do perigoso criminoso Richard Billings Cardozo Urribarri, membro do Grupo Estruturado de Crime Organizado El Yiyi, e autor material de um ataque contra o talho Tu Finca Express, em 18 de fevereiro de 2023, na localidade venezuelana de Maracaibo, durante o qual uma pessoa faleceu e outras três ficaram feridas.
Richard Cardozo Urribarri, segundo o procurador foi preso graças ao alerta vermelho solicitado da Interpol, solicitado pelas autoridades venezuelanas e é acusados de associação para cometer crimes, tráfico de armas e munições, obstrução à liberdade de comércio, terrorismo, homicídio intencional qualificado por motivos fúteis e extorsão agravada.
Em março último o Governo dos Estados Unidos chegou a um acordo com o El Salvador para enviar imigrantes detidos nos Estados Unidos para o Centro de Confinamento de Terroristas (Cecot), uma prisão de alta segurança sobre a qual tem havido alegações de abusos dos Direitos Humanos.
Como parte do acordo, cujos pormenores específicos não são conhecidos, Washington pagará a El Salvador seis milhões de dólares por ano para apoiar o sistema prisional daquele país centro-americano.
Em 15 de março, os Estados Unidos expulsaram 261 imigrantes em dois voos para El Salvador e Honduras, que partiram do Texas.
Em 16 de março, o Presidente de El Salvador, Nayib Bukele, anunciou a chegada de 238 alegados membros do grupo criminoso venezuelano Tren de Aragua e do Mara Salvatrucha (MS-13), transferidos para o Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT) ao abrigo de um acordo com o Presidente norte-americano, Donald Trump.
Em fevereiro, Trump classificou o Tren de Aragua, uma organização criminosa da Venezuela, e o MS-13, um gangue com origem em Los Angeles em 1980, como "organizações terroristas globais".
Em 21 de abril último, o Presidente salvadorenho propôs uma troca de prisioneiros com a Venezuela, sugerindo entregar venezuelanos deportados dos EUA, detidos em El Salvador, recebendo "presos políticos" na Venezuela, incluindo de nacionalidade portuguesa.
Em resposta, o procurador-geral da Venezuela classificou como cínica a proposta do Presidente de El Salvador e exigiu prova de vida dos 252 migrantes detidos em El Salvador, a lista completa com a identificação, "o estatuto judicial" e "o relatório médico de cada um" dos venezuelanos.
Para além do luso-venezuelano Williams Dávila, encontram-se detidos por motivos políticos na Venezuela outros três cidadãos portugueses com dupla nacionalidade, afirmou a organização não-governamental Foro Penal no início de março.
De acordo com uma análise publicada na semana passada pela Bloomberg, 90% dos mais de 200 homens que os Estados Unidos prenderam em El Salvador não têm registo criminal em solo norte-americano.
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