Papa. Cardeal que encobriu abusos sexuais participará no fecho do caixão

Em 2013, ficou a saber-se que Mahony e um outro oficial protegeram vários padres acusados de abuso sexual na década de 1980, enviando-os para tratamento junto de psiquiatras amigos da Igreja.

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Notícias ao Minuto
24/04/2025 19:59 ‧ há 4 horas por Notícias ao Minuto

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Papa Francisco

O cardeal Roger Mahony, que foi acusado de ter encoberto casos de abuso sexual de menores, será um dos nove cardeais com um papel ativo no fecho do caixão e no enterro do Papa Francisco, entre sexta-feira e sábado. O antigo arcebispo de Los Angeles, na Califórnia, negou qualquer acusação, mas os defensores das vítimas de abuso sexual por parte de membros da Igreja já criticaram o seu envolvimento nas cerimónias.

 

“Ele devia ter vergonha em participar nas cerimónias do Papa Francisco e é vergonhoso para o Colégio dos Cardeais permitir que ele o faça”, disse Anne Barrett Doyle, do grupo Bishop Accountability, citada pela agência Reuters.

Já o ex-diretor Rede de Sobreviventes de Abusos de Padres, David Clohessy, considerou que a participação de Mahony “envia o sinal aos bispos cúmplices de que continuarão a ser protegidos e honrados pelos seus pares”.

É que, em 2013, ficou a saber-se que Mahony e um outro oficial protegeram vários padres acusados de abuso sexual na década de 1980, enviando-os para tratamento junto de psiquiatras amigos da Igreja. O cardeal pediu desculpa pela sua “incapacidade de proteger totalmente as crianças e os jovens confiados” ao seu cuidado, mas disse que, na altura, muitos oficiais não sabiam como lidar com os membros do clero que eram suspeitos de levar a cabo este tipo de abuso.

O atual arcebispo de Los Angeles, Jose Gomez, inicialmente afastou Mahony dos “deveres administrativos ou públicos”, na sequência das alegações de encobrimento de abuso sexual, em janeiro de 2013. Contudo, o responsável voltou atrás ao fim de algumas semanas e salientou que o cardeal tinha uma “boa posição” na arquidiocese.

Esta quinta-feira, a arquidiocese apontou que a primeira declaração tinha sido “mal interpretada” na altura e que se sentiam “abençoados por ter o cardeal Mahony” em sua representação “para as exéquias do Santo Padre”.

O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, esclareceu, esta quinta-feira, que os cardeais foram escolhidos mediante duração do mandato de cada prelado como cardeal. Mahony, que tem 89 anos, é um dos cardeais mais antigos do mundo. Não poderá, contudo, votar na eleição do novo Papa, uma vez que excede o limite máximo de idade, fixado nos 80 anos.

Recorde-se que o cardeal camerlengo, Kevin Farrell, presidirá ao encerramento do caixão do Papa Francisco na Basílica de São Pedro, na sexta-feira, bem como ao seu enterro na Basílica de Santa Maria Maior, onde o pontífice ficará sepultado.

No fecho do caixão e no funeral estarão também presentes o decano do colégio cardinalício, Giovanni Battista Re, bem como outros seis cardeais, entre os quais o protodiácono Dominique Mamberti e o arcebispo da Basílica, Mauro Gambetti.

Leia Também: Cardeal camerlengo presidirá ao fecho do caixão e ao enterro do Papa

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