Foi emoção até fim. FC Porto e Sporting anularam-se na noite de sexta-feira com um empate (1-1), no arranque da 21.ª jornada da I Liga, que deixa tudo na mesma entre si, mas que pode alavancar o Benfica na luta pelo título, caso, claro está, consiga pontuar este sábado diante do Moreirense.
Os leões até estiveram muito perto de conseguir quebrar um jejum de quase nove anos sem vencer no Estádio do Dragão, por conta do golo de Iván Fresneda (42'), mas já em período de descontos Dany Namaso (90+3') apareceu no sítio certo para empurrar o resultado para um empate que evitou uma tragédia de grande dimensão na Invicta.
Isto porque a vitória do Sporting implicaria uma distância de 11 pontos, e não a de oito. O mesmo é dizer que o FC Porto terá uma missão quase impossível para conseguir conquistar o título nesta temporada, mas a mesma poderia ter ficado hipotecada sem o golo do avançado inglês.
Há 9 épocas que o 🦁Sporting não consegue vencer no Dragão.
— Playmaker (@playmaker_PT) February 7, 2025
Nos últimos 5 jogos em casa dos azuis e brancos, os leões empataram por quatro ocasiões. pic.twitter.com/2tzIbaiBzp
A noite no Dragão contou com animação do primeiro ao último minuto e apesar de nem sempre bem jogado, a verdade é que este Clássico contou com dois miúdos - um de cada lado - verdadeiramente entusiasmantes.
Vamos aos destaques.
A figura
Que bela exibição de Quenda. O jovem extremo português é desconcertante e que o digam Zé Pedro, Stephen Eustáquio ou João Mário. A forma como arrancou para servir Fresneda para o golo é absolutamente alucinante, revelando argumentos de peso na hora de abrir o livro. Um talento imenso e uma margem de progressão enorme fazem prever um futuro brilhante para Quenda.
A surpresa
Rodrigo Mora continua a dar passos firmes de afirmação no FC Porto, agora sob a orientação de Martín Anselmi. O jovem de apenas 17 anos não teve medo de assumir a responsabilidade num Clássico para gente grande e foi sempre dos mais esclarecidos do FC Porto.
Ao contrário de Pepê, Rodrigo Mora foi sendo a fonte de inspiração do FC Porto, organizando os contra-ataques e mostrando estar vários furos acima da grande maioria dos colegas de equipa.
A desilusão
Daniel Bragança passou ao lado do jogo, decidindo quase sempre mal e não demostrando o habitual critério na hora de fazer circular a bola. Quiçá ainda a ambientar-se ao novo sistema tático de Rui Borges, o médio português foi 'peixe fora de água' neste Sporting que se viu no Dragão, mas também é justo dizer que Harder não foi o melhor ajudante na hora de estabelecer a ligação entre o meio-campo e o ataque.
Os treinadores
Martín Anselmi
O treinador argentino continua a insistir nos três centrais, mas a verdade é que não teve receio em desfazer o trio defensivo na hora de arriscar tudo em prol do empate. A sensação que fica é que tal como acontece no Manchester United, de Amorim, o treinador do FC Porto quer implementar um sistema tático que parece não assentar da melhor forma nos jogadores que tem neste momento à disposição. Há muito trabalho pela frente e Anselmi precisará de melhores executantes...
Rui Borges
Afinal, não eram 'mind games'. Morita e Gyokeres não foram titulares e apenas foram lançados na reta final do Clássico, sendo notório que ainda não estão a 100%. O Sporting entrou bem no Clássico, mas a saída forçada de João Simões, por lesão, enfraqueceu o meio-campo, que passou a estar mais permeável.
Na segunda parte, Borges acabou por pagar caro o facto de equipa se ter encolhido para se agarrar ao triunfo pela margem mínima.
O árbitro
Como se pede a qualquer árbitro, João Pinheiro até estava a passar ao lado do jogo, mas os descontos acabaram por manchar a sua exibição. Perdeu o controlo dos jogadores e o lance entre Zé Pedro e Quenda é, no mínimo, duvidoso. No entanto, vale recordar que a decisão de não assinalar penálti foi aprovada pelo VAR.
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