Déjà vu? O FC Porto não foi além de um empate na receção à AS Roma (1-1), esta quinta-feira, na primeira mão do playoff de acesso aos 'oitavos' da Liga Europa, naquele que foi o terceiro empate consecutivo de Martín Anselmi após uma estreia vitoriosa.
A precisar urgentemente de somar triunfos em 2025 (ainda só tem um em nove partidas), o conjunto azul e branco não foi tão esclarecedor como desejaria nas decisões europeias, sobretudo em função de um primeiro tempo apático, em que permitiu um golo à beira do intervalo, apontado por Zeki Celik (45+5'), a silenciar o público do Estádio do Dragão.
À semelhança do que aconteceu nas igualdades anteriores, diante de Rio Ave (2-2) e Sporting (1-1), o FC Porto voltou a reagir a um cenário de desvantagem e, com mexidas de Martín Anselmi pelo meio, um belo golo de Francisco Moura (67') conduziu à festa na cidade Invicta, que até subiu de tom pouco depois, com a expulsão do ex-Benfica Bryan Cristante (73').
Mesmo em cenário de superioridade numérica, os dragões não conseguiram operar a tão ansiada remontada e, por esse motivo, seguem para a segunda mão em Itália, com uma igualdade, em que será necessário ativar o modo 'imperador' se quiserem manter-se pelas andanças europeias. A verdade é que para este filme já é preciso outro enredo, caso contrário, só restará o campeonato ao FC Porto até ao final da época.
Vamos então às notas da partida:
Figura
Francisco Moura destacou-se muito para além do golo que apontou, permitindo o empate (1-1) no Dragão. Face ao esquema de três centrais, o defesa-esquerdo tem galgado mais metros no terreno e, como tal, já ampliou o seu raide ofensivo desde a chegada de Martín Anselmi, ao ponto de ter colecionado outras tentativas de perigo, numa exibição quase irrepreensível no seu corredor.
Surpresa
Gonçalo Borges surpreendeu, por si só, ao surgir no onze inicial, ocupando a vaga deixada por Pepê. Embora tenha estado mais desaparecido no primeiro tempo, o avançado português foi ganhando protagonista na segunda parte e mostrou a Martín Anselmi que estava capaz de jogar durante os 90 minutos. Fez por merecê-lo, na medida do possível, acabando até por ser o autor da última ocasião flagrante.
Desilusão
Bryan Cristante até estava a fazer uma exibição razoável, mas os dois cartões amarelos que viu em menos de dez minutos (64' e 72') acabaram por 'manchar' o seu jogo, não só por ter deixado a sua equipa reduzida a dez elementos na reta final, como por ser uma baixa de peso para a segunda mão, em Roma. Apesar da eficiência de passe, o ex-Benfica perdeu grande parte dos duelos no meio-campo italiano.
Treinadores
Martín Anselmi decidiu não repetir a 'receita' do Clássico, frente ao Sporting (1-1), ao promover as entradas de Otávio Ataíde e Gonçalo Borges para os lugares de Zé Pedro e Pepê, respetivamente, mas não foi capaz de evitar uma primeira parte apática. As mexidas a partir do banco deram outro ânimo aos dragões no segundo tempo, é certo, mas não foram suficientes para a desejada remontada.
Claudio Ranieri operou mexidas em todos os setores e colocou a sua equipa a jogar sem medos no Dragão, naquele que foi um domínio claro durante a primeira metade, coroado com o golo à beira do intervalo. As alterações efetuadas ao longo do segundo tempo até se posicionaram como estratégicas, face àquele que seria o expectável crescimento do FC Porto, mas a expulsão baralhou os planos do italiano.
Árbitro
Tobias Stieler desde cedo mostrou que não estava para brincadeiras, com um critério de tal forma apertado que se traduziu em seis cartões amarelos (dois para um lado, quatro para o outro) antes do intervalo. O número subiu ainda para 11, com uma cartolina vermelha pelo meio, levando mesmo Claudio Ranieri a deixar críticas ao árbitro alemão.
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