Ruben Amorim concedeu, este sábado, uma extensa entrevista à TNT Sports, a qual foi conduzida pelo antigo jogador dos red devils. O treinador português fez um balanço dos primeiros três meses no Manchester United, onde chegou em novembro do ano passado, e assume que as coisas não estão a correr como planeado.
"Sinto que as pessoas acreditam em mim. Ao mesmo tempo, sinto-me envergonhado porque, se olharmos para o nosso desempenho e virmos a nossa equipa por vezes em campo, é muito difícil para mim, como treinador, tirar muitos pontos positivos", começou por dizer Ruben Amorim.
"Acho que, às vezes, estamos muito nervosos durante o jogo e isso nota-se nas pequenas coisas. A forma como nos movimentamos por vezes, a compreensão do jogo, especialmente em Old Trafford. Sinto que, por vezes, os jogadores estão no balneário, vamos aquecer e entramos para começar o jogo, e sinto que o ar está pesado. Este tipo de coisas acho que demonstramos muito nos jogos", prosseguiu o treinador português.
"A única forma que conheço de os ajudar é dar-lhes as soluções para jogarem em campo, mas eles têm de acreditar. E acreditar nisso é quando estamos a perder ou numa situação difícil e sentimos que não conseguimos construir uma jogada, eles têm de se manter firmes e acreditar nisso. Essa é a parte mais difícil. Porque quando sofremos um golo ou temos um mau momento, sentimos que a ligação não está lá, perdemo-nos. Perdemo-nos um pouco. Percebo que é mais do que futebol, mais do que tática, é algo que está na mente dos jogadores", vincou Amorim, que analisou como tem sido viver em Inglaterra.
"Hoje em dia é muito difícil relaxar, mas diria que estar com a família [é uma boa forma para relaxar]. Chegar a casa e encontrar um porto de abrigo. Gosto muito de viver em Manchester, independentemente do tempo. Isso não me incomoda. O pior mesmo são os resultados. Quando entro em casa não sou o Ruben Amorim treinador, sou o Ruben Amorim pai e tenho um trabalho a fazer. Eles [a mulher e os filhos] não se importam com ganhar ou perder. Às vezes dizem-me que eu aqui não consigo ganhar jogos. O meu filho mais velho está sempre a dizer que em Portugal ganhávamos sempre", finalizou.
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