"É um sonho tornado realidade, é para isto que trabalhamos. Para chegar a estes palcos, lutar com as melhores e subir a estes pódios. De facto, agora sim, estou em mim e vejo todo o trabalho ter o seu fruto, que é ganhar uma medalha internacional", afirmou Salomé Afonso, com a medalha de prata ao peito.
A atleta do Benfica, de 27 anos, não escondeu a satisfação na zona mista do recinto neerlandês, após a cerimónia de consagração, no centro da Arena Omnispor Apeldoorn, reconhecendo que tem um significado especial, por ser partilhado com o namorado.
"É um processo conjunto e isso ainda é mais gratificante, por termos conquistado estas medalhas juntos", reconheceu a vice-campeã da Europa em pista curta, apenas batida pela francesa Agathe Guillemot, que arrebatou a medalha de ouro.
Tal como na sexta-feira, com a prova feminina antes da masculina, Isaac Nader teve de aguardar pelo seu momento de consagração, ao lado do norueguês tricampeão Jakob Ingebrigtsen e do francês Azeddine Habz, segundo classificado.
"Estamos os dois bastante felizes por termos chegado às medalhas que andávamos à procura há bastante tempo. Finalmente, sorriu para nós e, felizmente, a casa fica com duas medalhas e não digo termos ficado 100% felizes, mas perto disso", assumiu.
O atleta do Benfica, dois anos mais novo, voltou a manifestar alguma insatisfação com o desfecho da corrida, sem esconder uma maior ambição.
"Efetivamente, é a minha primeira medalha internacional. Contente, estou, mas não satisfeito. Fico feliz pela medalha, mas na minha cabeça tinha primeiro ou segundo, mas era o que esperava há muito tempo", referiu, um dia depois de ter lamentado o sabor 'agridoce' da medalha conquistada.
Agora, os primeiros 'metais' em Europeus -- Isaac Nader já tinha chegado à prata na edição de 2023 dos Jogos Europeus --, servem para procurar mais.
"São mais motivação para continuar o trabalho. Ontem [na sexta-feira] foi um dia feliz, mas hoje a vida segue e amanhã [no domingo] a Salomé tem uma final para ganhar", rematou Isaac Nader, aludindo à final dos 3.000 metros que a portuguesa vai enfrentar, após se ter qualificado durante a manhã de hoje.
Sorridente, Salomé Afonso ironizou: "Está sempre a colocar-me pressão, vou começar a fazer o mesmo".
O dia seguinte às conquistas foi "um dia normal", para Isaac Nader, "talvez um dia com mensagens a mais", numa celebração junto dos que são mais próximos, segundo Salomé Afonso.
"Vivemos muito na nossa 'bolha', partilhar este sucesso com os restantes portugueses é incrível, mas, de facto, a grande conquista é vivida entre as quatro paredes, com os nossos e com quem vive o nosso sofrimento diário", concluiu, a lisboeta.
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