Apontar para mais medalhas é agora mais 'complicado', com a entrada em cena de atletas dos Estados Unidos e africanos, mas Salomé Afonso e Isaac Nader (1.500 metros) e Auriol Dongmo (lançamento do peso) podem estar na luta pelos pódios, atendendo ao que se viu em Apeldoorn, há menos de duas semanas.
A delegação lusa cai para cerca de um terço da vintena que esteve nos Países Baixos, com sete nomes em que também está Jessica Inchude, vencedora do peso na Taça da Europa de Lançamentos, no passado sábado. Completam a equipa Gerson Baldé, no salto em comprimento, Abdel Larrinaga, nas barreiras, e Patrícia Silva, inscrita nos 800 e 1.500 metros, mas que só deverá ir a uma dessas distâncias.
No ano passado, em Glasgow, o triplista Tiago Pereira, agora ausente, foi medalhado de bronze, ficando Isaac Nader, nos 1.500 metros, e João Coelho, nos 400, à beira do pódio, com inesperados quartos lugares.
O algarvio Isaac Nader, de 25 anos, não parou de evoluir desde então, em Apeldoorn foi bronze e chega a Nanjing com a segunda marca entre os inscritos, atrás do 'inatingível' Jakob Ingebrigtsen.
O norueguês, recordista mundial com 3.29,63 minutos, lidera a lista, folgadamente, e Nader é segundo, com 3.32.59, à frente do britânico Neil Gourley, que tem 3.33,18.
Os melhores africanos, britânicos e norte-americanos não 'responderam à chamada', resguardando-se para os Mundiais de Tóquio, no verão, mas há ainda mais cinco competidores com marcas de 2025 abaixo dos 3.35,00, o que é garante de grande equilíbrio ... para o segundo lugar.
Mais difícil se antevê, agora, a missão de Salomé Afonso, que foi vice-campeã europeia de 1.500 metros e bronze dos 3.000.
Para Nanjing, concentra-se na prova mais curta, que promete não ser nada fácil, mesmo com a ausência de última hora da campeã da Europa, a francesa Agathe Guillemot.
Com efeito, a lista de inscritas é rica, com 13 inscritas com melhor marca que Salomé, 4.05,04.
As melhores são as etíopes Gudaf Tsegay (3.53,92) e Diribe Welteji (3.58,89) e a norte-americana Heather McLean (3.59,60), as únicas abaixo dos 4.00,00 minutos.
Patrícia Silva tem a 13ª marca de entrada, com 4.05,02, mas ainda não é claro que vá alinhar à partida, já que também está inscrita nos 800 metros e o calendário praticamente inviabiliza que alinhe nas duas.
Nos 800 metros, a melhor lusa desde Carla Sacramento tem a 11.ª marca entre as inscritas, com 2.00,79, em lista em que se destaca a etíope Tsiga Duguma, com 1.58,97.
Os outros 'trunfos' da seleção lusa são as pesistas Jessica Inchude e Auriol Dongmo, a campeã mundial de 2022, que viu a época de 2024 ser arruinada por lesão grave.
Dongmo tem estado em crescendo, desde janeiro, e em Apeldoorn já foi medalhada de bronze. Com 19,26 metros, é a quinta melhor das inscritas, imediatamente à frente de Jessica Inchude, a vencedora da Taça da Europa de lançamentos, com 19,21.
As quatro melhores estão a outro nível, a começar pela campeã europeia, a neerlandesa Jessica Schilder, que tem 20,69.
A canadiana Sarah Mitton tem menos um centímetro e as norte-americanas Chase Jackson e Keayla Dove 20,24 e 19,46, respetivamente.
Igualmente complicada se antevê a missão de Gerson Baldé, no salto em comprimento, e sobretudo Abdel Larrinaga, nos 60 metros barreiras.
Em final direta, Baldé tem a nona marca dos inscritos (8,11 metros) e Larrinaga é o 23.º, à partida, com 7,74, apontando para a passagem de uma ronda.