Apesar de jogar grande parte da época condicionado, Afonso Figueiredo foi uma peça basilar na permanência do Boavista na I Liga. Em entrevista ao Desporto ao Minuto, o jovem de 23 anos, que está em final de contrato com os ‘axadrezados’, admitiu que já recebeu propostas de um grande em Portugal e acabou por recordar os tempos em que esteve em Alvalade.

Estás em final de contrato com o Boavista, onde deste nas vistas esta temporada. O teu futuro passará pelo Bessa ou já recebeste propostas para sair?

O meu futuro ainda é incerto. Sei que finalizo o contrato este ano. Já recebi propostas de renovação, mas também já recebi propostas de outros clubes.

Recebeste proposta de algum grande?

Sim, mas não queria falar muito nisso. Têm aparecido propostas de clubes grandes, mas não quero, nem posso, falar disso.

Chegar a um grande português está na tua lista de objetivos?

Claro que sim. Qualquer jogador sonha em jogar num grande, mas eu, como qualquer jovem, tenho o sonho de jogar numa Liga internacional. Às vezes penso que somos forçados a deixar o nosso país para sermos mais valorizados. Em Portugal, somos um pouco desvalorizados.

Tendo em conta que fizeste parte da tua formação no Sporting, descartarias uma proposta, por exemplo, do Benfica ou do FC Porto?

Não, claro que não. Os clubismos ficam de parte no futebol. Tenho muito a agradecer ao Sporting porque foram seis anos de formação. Tiveram, sem dúvida, uma grande importância na minha vida, mas nunca descartaria a hipótese de jogar no Benfica ou no FC Porto. São duas excelentes equipas e seria um orgulho.

Ficaste triste ou magoado por não teres continuado em Alvalade?

Claro que sim. Na altura, não estava à espera. Nós sabíamos e tínhamos a noção dos jogadores que não iriam continuar no ano seguinte. Normalmente saíam os menos utilizados e nós percebíamos isso. Foi um ano que joguei bastante, até, e nunca pensei que seria dispensado naquela altura. Foi um choque para mim, mas acho que até me fez bem e acho que a minha saída do Sporting foi o que começou a mudar o meu pensamento em relação ao futebol.

Jogaste ao lado de jogadores como João Mário… Achas que, se continuasses no Sporting, poderias ter tido o mesmo sucesso?

É sempre muito difícil de prever. O João Mário sempre foi acima da média, desde pequenino. Sempre foi um jogador que esteve acima de qualquer outro jogador e eu tinha a certeza que ele chegaria onde está a chegar agora. Mas eu acho que o Sporting, na formação, nos dá todas as condições possíveis para sermos jogadores de futebol e, quando assim é, melhores jogadores nos podemos tornar.

Aos 17 anos deixaste Lisboa e foste para o Sp. Braga. Foi um processo difícil de adaptação?

Foi difícil. Eu era para ter ido no ano anterior, mas preferi ficar ao pé de casa depois de ter sido dispensado do Sporting, porque não estava preparado para dar esse passo. Depois fui para Braga e foi a melhor coisa que fiz. Cresci muito e o facto de ter estado lá sozinho fez-me crescer muito. O Braga ajudou-me muito.