De acordo com o semanário português, um dos 12 membros do consórcio de órgãos de comunicação social European Investigative Collaborations (EIC), os dois internacionais portugueses recorreram a sociedades 'offshore' para ocultar receitas de direitos de imagem, com uma estrutura semelhante à que alegadamente teria recorrido Cristiano Ronaldo.
Pepe, que tal como Ronaldo e Coentrão, é representado pelo agente Jorge Mendes, recebeu através da empresa Weltex Capital Limited, com sede nas ilhas Virgens britânicas, mais de 3,7 milhões de euros entre 2009 e 2014.
O central do Real Madrid foi alvo de uma fiscalização por parte das Finanças espanholas em 2015, no entanto desconhece-se se atualmente ainda existe uma investigação em curso sobre o jogador ou se este já terá regularizado a sua situação fiscal.
No caso de Coentrão, o defesa recebeu cerca de 3,5 milhões de euros através da sociedade Rodinn, criada no Panamá, uma verba que acabou por declarar no ano passado depois de ser fiscalizado pelo fisco espanhol.
O futebolista português alegou que as receitas remontavam a 2011, quando ainda tinha sede fiscal em Portugal, pelo que pagou 853.000 euros em impostos ao Estado português.
Na sexta-feira, os membros do EIC, que incluem o Expresso, o alemão Der Spiegel, o espanhol El Mundo, o austríaco Der Falter, o belga Le Soir, o dinamarquês Politiken, o italiano L'Expresso, o grupo francês Mediapart, o sérvio Newsweek e o romeno RCIJ The Black Sea, noticiaram que Cristiano Ronaldo evadiu, supostamente, milhões de euros em impostos através de uma sociedade nas Ilhas Virgens.
A informação, que também envolve outros jogadores, entre os quais Fábio Coentrão, Ricardo Carvalho ou Pepe, assim como o internacional alemão Mesut Ozil, do Arsenal, foi colhida a partir de 1.900 gigabytes de documentos a que o referido consórcio europeu teve acesso e sobre os quais trabalharam 60 jornalistas durante mais de sete meses.
De acordo com os documentos, cedidos aos citados OCS pela plataforma digital 'Football leaks', são muitas a estrelas do futebol internacional que se esforçam por ocultar os seus rendimentos ao fisco.