Paulo Teixeira, empresário próximo do Tianjin Quanjian, revelou, na sua página na rede social Facebook, que Kostas Mitroglou esteve mesmo perto de se transferir para a China em janeiro, levantando dúvidas quanto aos motivos que levaram Luís Filipe Vieira a recusar o negócio.
Escreve o luso-brasileiro que o conjunto asiático lhe requisitou, em janeiro “um avançado-centro”, tendo avançado com os nomes de “Jiménez e Mitroglou”: “O mexicano foi rapidamente descartado, sobrou o grego”.
“Falei com Vieira, que me disse: ‘Agora, só pela cláusula, 45 milhões. Não posso baixar um tostão, senão sou despedido’”, terá dito o dirigente encarnado.
“O chinês, que tinha oferecido 40 milhões, não se desmanchou e deixou a todos boquiabertos: ‘Dou-lhe os 45 milhões e você dá-me 10% de comissão’. Recebeu uma negativa. ‘5% então’, retorquiu. Outra negativa. O chinês pirou: ‘Como, trago-lhe 45 milhões e você dá zero comissão???’. Estava instalada a desconfiança”, prossegue.
“Depois de muita resenha telefónica, Vieira começou a aceitar pagar uma comissão, à condição que o chinês colocasse preto no branco que pagaria os 45 milhões. O chinês, por seu lado, exigia do Benfica a contra-partida, preto no branco, de que lhe garantiria 5%, ou seja, 2.250.000 euros. Vieira disse que daria instruções ao dr. Paulo Gonçalves, advogado do clube, para tratar disso, coisa que jamais ocorreu. O caldo entornou definitivamente quando o presidente do Quanjin copiou ao seu mandatado as mensagens codificadas de Mendes, tipo ‘45/8’, isto é, 45 milhões pela transferência e 8 milhões livres para o jogador – e pedia uma comissão de 5%. O que me levou a ser duro com Vieira: ‘Porra, presidente, o que tem a ver o Mendes com esta história?’. Resposta singela: ‘Vivemos num mundo livre, cada um faz o que quer. Mendes é um parceiro privilegiado e esteve comigo lá na China’”, revela.
Paulo Teixeira deixa, então, no ar, a ideia de que a proposta nunca chegou a ser transmitida ao avançado e ao seu empresário, acusando o Benfica de, “sabe-se lá por que motivo, tentar de todas as formas desvalorizar o representante chinês, tratando-o quase como um deliquente - ‘é um artista’, ‘esse mandato não vale nada’ - e meter Jorge Mendes na jogada”.
“O Benfica deixou de vender Mitroglou por 40/45 milhões e acabou por entregá-lo, seis meses depois, ao Olympique de Marselha por 1/3 do preço”, rematou, publicando uma imagem do comprovativo da oferta chinesa pelo avançado.