"A empresa apresentou uma proposta de acordo, englobando o conjunto de garantias sociais que existem na empresa mas sujeitas a uma cláusula de denúncia, ou seja, pretendia fazer depender de negociações anuais, os transportes para os trabalhadores, a lavagem da roupa de trabalho, a política especial para grávidas, entre outros. Isto significaria abrir a porta à retirada de regalias coletivas que os trabalhadores têm direito", refere um comunicado interno da CT da Autoeuropa.
A CT adianta no comunicado que a administração da empresa, na prática, manteve os valores que já tinha proposto pelo trabalho ao domingo, ou seja, propõe-se pagar apenas um dos cinco de trabalho por turnos durante a semana como trabalho extraordinário, que será remunerado a 100%, valor que será ainda acrescido de mais 25% do prémio trimestral, caso sejam atingidos os objetivos de produção estabelecidos pela fábrica da Volkswagen em Palmela.
A nota refere ainda que a CT "manifestou de imediato o seu desagrado" pelo conteúdo das propostas apresentadas pela empresa, que "não acrescentam absolutamente nada e são claramente inaceitáveis".
Para a CT da Autoeuropa, "as cargas de trabalho, o esforço acrescido que está a ser exigido aos trabalhadores e as alterações que os novos horários têm na vida pessoal de cada um e suas famílias não podem ser desvalorizadas e têm que corresponder a contrapartidas significativas".
O comunicado da CT da Autoeuropa lembra ainda que as negociações com a administração prosseguem na próxima semana e adverte que aquele órgão representativo dos trabalhadores foi mandatado para discutir com a administração da empresa melhorias na compensação dos horários de laboração contínua, e não para reduzi-las.
Os trabalhadores da Autoeuropa querem que a administração pague o trabalho ao domingo da mesma forma que paga o trabalho ao sábado, ou seja, com um acréscimo de 100%, a que se deverá juntar o prémio trimestral de produtividade de 25%.
Esta proposta da Comissão de Trabalhadores - que não concorda com o pagamento dos domingos como se de um dia normal de trabalho se tratasse - já tinha sido rejeitada pela administração da fábrica, mas os trabalhadores acreditavam que o diferendo seria ultrapassado nesta ronda de negociações, cenário que parece cada vez menos provável, face ao comunicado que hoje foi divulgado pela CT da fábrica do grupo Volkswagen em Palmela.