A administração da empresa pronunciou-se depois de o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, ter afirmado que não exercerá o poder de veto numa 'joint venture' entre as duas gigantes aeronáuticas.
"O Governo brasileiro autorizou a negociação que irá possibilitar ambas as empresas acelerar o crescimento em mercados aeroespaciais globais", manifestou a Embraer em comunicado.
O acordo precisava da aprovação do Governo brasileiro, que é dono de uma 'golden share' (ação especial), que dá poder de veto em decisões estratégicas sobre a Embraer, como a transferência do controlo de ações da empresa.
Após algumas semanas de incerteza devido às dúvidas que o negócio suscitou, Bolsonaro, depois de se reunir na quinta-feira com alguns dos seus principais ministros, disse que não exercerá o poder de veto por considerar que a "soberania e os interesses da nação estão preservados".
O executivo de Bolsonaro informou em comunicado que, com base no acordo, os empregos atuais serão mantidos no Brasil, uma questão que tinha sido levantada pelos sindicatos da empresa brasileira.
Ainda segundo o acordo, a Boeing controlará a parceria com 80% da participação, enquanto que a Embraer deterá 20% da nova empresa.
Além disso, as empresas também concordaram em desenvolver o avião de carga militar KC-390, através de uma segunda empresa dedicada à promoção e desenvolvimento de novos mercados na área de defesa.
Com a aprovação do Governo brasileiro, a "parceria estratégica" estará sujeita à aprovação dos acionistas, das autoridades reguladoras, bem como a "outras condições pertinentes para a conclusão de uma transação deste tipo", segundo o documento.
No caso de as aprovações serem realizadas dentro dos prazos esperados, a expectativa é de que as negociações, que se arrastaram um ano, sejam concluídas até ao final de 2019.
Empresa global com sede no Brasil, a Embraer atua nos segmentos de aviação comercial, aviação executiva, defesa e segurança e aviação agrícola. A empresa projeta, desenvolve, fabrica e comercializa aeronaves e sistemas, além de fornecer suporte e serviços de pós-venda.
Em Portugal, no Parque de Indústria Aeronáutica de Évora funcionam duas fábricas da Embraer, sendo que a empresa também é acionista da OGMA (65%), em Alverca, distrito de Lisboa.