A Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF) referiu, esta terça-feira, que não há qualquer base técnica nas declarações do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, que previu falta de valor na troca dos carros com motor a gasóleo dentro de quatro anos.
"A referida afirmação não tem assim qualquer base técnica e só pode ser entendida num contexto político desfasado da realidade do setor automóvel", segundo um comunicado da ALF, ao qual o Notícias ao Minuto teve acesso.
Em causa, saliente-se, está a entrevista publicada na edição de segunda-feira do Jornal de Negócios, na qual Matos Fernandes afirmou ser "muito evidente que quem comprar um carro 'diesel' muito provavelmente daqui a quatro ou cinco anos não vai ter grande valor na sua troca".
Para a ALF, as palavras do governante também "não espelham a realidade" e "não contribuem para reforçar a previsibilidade e estabilidade que devem nortear o esforço de redução das emissões dos veículos em que toda a sociedade está empenhada".
A associação sublinhou a evolução considerável dos motores a diesel referindo que a transição para automóveis híbridos e/ou elétricos "deverá processar-se de forma gradual, acompanhando a evolução natural do mercado e da crescente oferta de viaturas cada vez mais eficientes ao nível de emissões, sejam elas elétricas, híbridas, a gasolina ou a diesel".
No seguimento das declarações do ministro, também a Associação Automóvel de Portugal (ACAP) lamentou que Matos Fernandes "não tenha ponderado o impacto" no setor automóvel ao referir a falta de valor de troca dos carros com motor a gasóleo dentro de quatro anos.
Por outro lado, a associação ambientalista ZERO manifestou-se "de acordo com a questão levantada pelo ministro do Ambiente", relativamente à desvalorização dos carros a 'diesel', e disse que têm perspetivas em "completa consonância" relativamente ao futuro próximo.