Hoje - na véspera do 26º aniversário da entrada em vigor daquele tratado (01 de março de 1999) -, a Campanha Internacional para a Proibição das Minas Terrestres (ICBL, na sigla em inglês) alertou para esta e outras ameaças que o movimento enfrenta no atual panorama geoestratégico.
"Todos os membros da NATO, exceto um (os Estados Unidos), são signatários do tratado que proíbe as minas antipessoais, pelo que, se um deles se retirasse, isso criaria divisão interna e problemas diplomáticos e de segurança", explicou em comunicado a organização, que ganhou o Prémio Nobel da Paz em 1997, ano em que o acordo foi alcançado.
A ICBL sublinhou ainda que a interrupção da ajuda dos EUA às operações de remoção de minas em mais de 30 países - como parte do congelamento dos programas da USAID, a agência norte-americana de apoio internacional - "coloca inúmeras vidas em risco", uma vez que aquele país contribuiu com 40% do financiamento para os esforços de remoção de minas em todo o mundo.
A ICBL recordou ainda que a invasão russa à Ucrânia levou ao uso extensivo de minas antipessoais no país atacado, que se tornou um dos mais contaminados do mundo com esta arma, aumentando o risco de mortes e mutilações anos após o fim do conflito.
No ano passado, os Estados Unidos autorizaram também duas transferências de minas antipessoais para a Ucrânia para a sua defesa contra a Rússia, a primeira exportação deste tipo de armas pelos EUA desde 1992, outro sinal do recuo da política global antiminas, segundo a ICBL.
"O mundo é um lugar mais seguro graças ao Tratado de Proibição de Minas. Agora é o momento de o defender contra as tentativas de retrocesso, especialmente em tempos de crescente insegurança", afirmou a diretora do ICBL, Tamar Gabelnick.
A organização recordou ainda que o tratado contribuiu para a redução do número de países que fabricam minas antipessoais, de mais de 50 em 1999 para pouco mais de uma dezena atualmente.
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