Novo Banco com prejuízos de 1.412,6 milhões de euros em 2018

O Novo Banco teve prejuízos de 1.412,6 milhões de euros em 2018, divulgou hoje o banco, que alterou os resultados de 2017 e subiu os prejuízos para 2.298 milhões de euros nesse ano.

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Lusa
01/03/2019 17:30 ‧ 01/03/2019 por Lusa

Economia

Banco

No ano passado, o Novo Banco tinha apresentado resultados negativos de 1.395 milhões de euros em 2017, mas hoje indicou que alterou esse valor para 2.298 milhões de euros.

Segundo o banco, os valores são "reexpressos de forma a refletir em outras reservas e resultados transitados a ativação do Mecanismo de Capital Contingente e a alteração do registo inicial de passivos relacionados com a operação de LME [recompra de obrigações] concretizada no último trimestre de 2017".

O presidente executivo do banco, António Ramalho, disse que os resultados de 2017 foram alterados para serem comparáveis com os de 2018, pois tinham considerado em 2018 os 792 milhões de euros recebidos pelo Fundo de Resolução como receita, ao passo que agora esse item passa a ir diretamente a capital.

O Novo Banco anunciou também que vai pedir uma injeção de capital de 1.149 milhões de euros Fundo de Resolução, entidade que pertence à esfera do Estado e é gerida pelo Banco de Portugal.

O Fundo de Resolução ainda detém 25% do Novo Banco, detendo o fundo de investimento norte-americano Lone Star os restantes 75%.

A apresentação de contas de 2018 teve como novidade os resultados separados para a parte do banco que é legado do Banco Espírito Santo (BES), denominada "Novo Banco Legado", e para a parte de negócio recorrente, denominada "Novo Banco recorrente".

O responsável esclareceu que "não se tratam de entidades jurídicas separadas", que a separação corresponde a uma "maior exigência de gestão", e que 78% do Novo Banco corresponde ao ramo recorrente e 22% ao legado do BES.

Nas contas do NB Legado, estão incluídos créditos sobre clientes no mecanismo de capital contingente, títulos, imóveis, e a seguradora GNB Vida. O NB Recorrente compreende o resto do negócio do banco.

António Ramalho disse esperar que o lucro do banco recorrente vá "crescer para três dígitos", e que espera assegurar, até 2021, "uma 'performance' do banco recorrente capaz de absorver as perdas inevitáveis do legado".

O negócio recorrente apresentou um lucro de 2,2 milhões de euros em 2018, o que compara com 311,4 milhões em 2017.

Já o NB Legado registou um resultado antes de impostos negativo em 715,2 milhões de euros em 2018, o que compara com 1.514,6 em 2017.

No total, antes de impostos, os resultados do Novo Banco em 2018 foram negativos em 713,0 milhões de euros, o que compara com 1.826,1 milhões em 2017.

Disse ainda que em 2018 a instituição vendeu 1.712 milhões de euros em crédito malparado, e 700 milhões de euros em imóveis, "o dobro do que estava previsto".

Em termos de crédito malparado, o Novo Banco registou uma diminuição de 3,4 mil milhões de euros entre 2017 e 2018, correspondente a 33,5%, devido ao registo de 6,7 mil milhões no ano passado e 10,1 em 2017.

A seguradora GNB Vida, incluída no legado, foi vendida por 190 milhões de euros, disse António Ramalho.

As imparidades e provisões do Novo Banco foram de 710,0 milhões de euros em 2018, uma diminuição de 65,5% face a 2017, ano em que este item totalizou 2.056,9 milhões de euros.

No negócio recorrente, o valor das imparidades e provisões reduziu-se em 36,7%, passando de 400,8 milhões em 2017 para 253,6 milhões em 2018.

No legado, passaram de 1.656,1 milhões de euros em 2017 para 456,4 milhões em 2018.

Os rácios de capital do banco em 2018 foram de 12,8% CET1 ('common equity tier') e no 'tier' (pilar) 1, e o rácio de capital total foi de 14,5%, valores que estão dentro do definido pelos requisitos do Banco Central Europeu.

No total do Novo Banco, produto bancário comercial registou um aumento de 5,5% para 768,2 milhões, mas com o resultado de operações financeiras e diversos, que foi positiva em 51,6 milhões de euros em 2017 e negativa em 284,0 em 2018, o produto bancário total registou um saldo positivo de 484,2 milhões de euros.

O produto bancário do NB recorrente apresentou um saldo de 696,4 milhões de euros em 2018, o que compara com 602,6 milhões em 2017, mas com o resultado das operações financeiras e outros resultados de exploração, atingiu 720,1 milhões de euros em 2018, um aumento de 19,1% face aos 604,6 milhões de 2017.

O produto bancário comercial do NB Legado foi positivo em 71,8 milhões de euros, uma redução face aos 125,9 milhões de 2017, e se incluídos resultados de operações financeiras e outros resultados de exploração, o produto bancário do legado do BES foi negativo em 235,9 milhões de euros, depois de um saldo positivo de 175,4 milhões em 2017.

Os custos operativos do Novo Banco diminuiram 11,3%, passando de 549,2 milhões de euros em 2017 para 487,3 milhões em 2018, o que empurrou o resultado comercial para um valor negativo de 3,0 milhões de euros em 2018, depois de 230,8 positivos em 2017.

Em termos de negócio recorrente foram reduzidos em 9,9%, passando de 513,5 milhões de euros em 2017 para 464,3 milhões em 2018.

Os custos operativos do legado também diminuíram, mas 34,2% para 22,9 milhões em 2018.

Em termos de resultado operacional 'core' do Novo Banco, ou seja, sem custos operativos, o saldo foi positivo em 280,9 milhões de euros em 2018, uma melhoria de 56,7% face aos 179,3 de 2017.

No recorrente, o resultado operacional foi positivo em 255,8 milhões de euros, um aumento de 186,3% face a 2017, ano em que se registaram 89,3 milhões.

O resultado operacional 'core' do recorrente aumentou 166% para 232 milhões de euros em 2018.

Em termos de depósitos do negócio recorrente, diminuíram em 1,3 mil milhões de euros, para 28,4 milhões em 2018.

De acordo com o banco, o valor pago em impostos em 2018 (667,7 milhões de euros) pela totalidade do Novo Banco é justificado pela "anulação de DTAs (ativos por impostos diferidos) e pela prossecução da estratégia de desinvestimento em ativos não produtivos que conduz à anulação de impostos diferidos pelo facto de o banco se encontrar na situação de prejuízos fiscais".

Em termos de créditos líquidos do total, registou-se uma diminuição de mil milhões de euros em 2018, graças à passagem de 25,8 mil milhões em 2017 para 24,8 em 2018.

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