João Pragosa revelou que estes valores, ainda preliminares, mostram uma recuperação do setor, que se tem vindo a dar nos últimos anos.
"Os dados de 2013 e 2014 são muito baixos e nos últimos três anos é que houve crescimento. Mas ainda não para níveis pré-crise", referiu.
Na pior fase, "houve muitas empresas de pequena dimensão a fechar, outras, familiares, que se conseguiram aguentar e algumas que foram adquiridas por companhias de maior dimensão", contou o responsável..
Além disso, durante a crise houve uma "redução muito significativa" nas pessoas afetas à atividade das empresas.
Neste momento, o maior desafio para as empresas de betão pronto está relacionado com o transporte deste material.
A APEB tem levado a cabo um trabalho junto da Assembleia da República e do Governo, que vai no sentido de um aumento dos pesos permitidos, que a entidade diz serem compatíveis com a manutenção das infraestruturas de transportes.
"Com viaturas novas e dimensionadas para esta alteração", acredita o dirigente associativo, a "distribuição de pesos, cumprindo alguns requisitos, permite aumentar o peso máximo", referiu João Pragosa.
A APEB quer também uma maior flexibilização dos tempos de condução, tendo em conta as especificidades do setor.
"Um camião de betão pronto não pode ir do Minho ao Algarve. Não há forma de manter a qualidade do produto. No máximo estamos a falar de 60 quilómetros do centro de produção, com raios de transporte sempre muito curtos, a uma média que está nos 15 quilómetros", avançou o responsável.
"Há outras atividades, como esperar para carregar, carga e descarga e o sistema de lavagem. Em tempo de condução é inferior a 50% do dia de trabalho", garantiu.
Isto porque o betão pronto deve ser aplicado o mais depressa possível, porque depois perde algumas das suas características. Esta questão faz também com que seja difícil de exportar, de acordo com João Pragosa, ao contrário de um dos seus componentes mais conhecidos, o cimento, que apresenta uma durabilidade elevada.
Para a APEB, a flexibilização das regras de transporte deste material geraria uma "redução de importação de combustíveis, de petróleo das emissões de CO2".
Em causa está a diminuição do tráfego, com uma redução de 86 mil viagens por ano, a compra de menos 980 mil litros de gasóleo por ano e menos 2,8 mil toneladas de CO2eq (equivalente de dióxido de carbono), esclarece a associação.
A APEB tem 17 empresas que representam mais de 80% do setor, sendo que, em Portugal, este segmento emprega cerca de 1.800 trabalhadores diretos.
Hoje tem lugar o Dia do Betão, que reúne as principais empresas do setor, na Batalha.