Penacova, Coimbra, 03 jun 2019 (Lusa) -- O diferendo em torno da decisão do Governo de abandonar o projeto da barragem do Fridão será resolvido aplicando as "regras previstas", disse hoje o presidente da EDP, António Mexia.
"Acho que as posições estão claras", declarou António Mexia aos jornalistas em Penacova, distrito de Coimbra, durante uma visita a um parque eólico de 13 turbinas e uma potência de 46,8 MW, em exploração desde abril e o qual exigiu um investimento de 42 milhões de euros.
O presidente executivo da EDP afirmou que o diferendo com o Governo "será resolvido de acordo com as regras que estavam previstas", indicando ainda que "as avaliações sobre a situação também já foram feitas".
Em causa está um valor de cerca de 218 milhões de euros, montante pago em janeiro de 2009 pela EDP ao Estado, como contrapartida financeira pela sua exploração por 75 anos, e que a elétrica considera que lhe tem de ser restituído.
Numa tenda montada pela EDP nas serras do concelho de Penacova, António Mexia apresentou o projeto da EDP para investir 3,5 milhões de euros numa central fotovoltaica flutuante na albufeira do Alqueva, no Alentejo, com 11 mil painéis e uma produção estimada de 6.000 MWh, replicando em escala industrial o projeto da barragem do Alto Rabagão, em Montalegre.
O ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, que participou na sessão, na companhia do secretário de Estado da Energia, João Galamba, optou por não falar no local sobre a questão da barragem do Fridão, que estava prevista para o rio Tâmega.
Na quarta-feira, João Matos Fernandes contestou no parlamento os argumentos da EDP sobre este empreendimento hidroelétrico e manteve que o Governo não pretende restituir as contrapartidas pagas pelo grupo por esta concessão.
Na quarta-feira, na Assembleia da República, António Mexia vai ser ouvido sobre o mesmo assunto pela comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, no âmbito de uma iniciativa proposta pelo PSD.