O país vai preparando a greve dos motoristas, que está agendada para o dia 12 de agosto, para evitar que a situação que aconteceu em abril se repita. Por isso, a Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE) recomendou, na quarta-feira, que os postos de abastecimento reforcem as reservas para evitar a escassez de combustível.
Também esta quinta-feira, antes de uma reunião com o secretário de Estado das Infraestruturas, a Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas (ANTP) admitiu uma paralisação, caso o Governo não dialogue com os patrões sobre a situação dos motoristas.
"Mesmo reconhecendo as dificuldades que esta recomendação possa significar para algumas empresas, e dado o aproximar da data de início da greve dos motoristas de matérias perigosas (12 de agosto) a Entidade Nacional para o Setor Energético recomenda a todos os postos de abastecimento situados em território nacional, o reforço dos stocks de combustível, acautelando desta forma as existências", pode ler-se num comunicado do regulador.
Ainda assim, sublinha a ENSE, trata-se de uma recomendação, "não configurando uma obrigação legal". É apenas uma forma de precaver a escassez dos combustíveis que se verificou em abril.
As preocupações da ENSE são também as dos portugueses. O ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, disse que "todos" devem estar preparados para os "transtornos" da greve dos motoristas de mercadorias e matérias perigosas, sobretudo porque decorrerá num período de férias e de incêndios.
Na quarta-feira, o porta-voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques, disse ao Notícias ao Minuto que pediu uma reunião com o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, estando agora a aguardar a confirmação de uma data, sendo que a mesma deverá acontecer já na próxima segunda-feira.
Para já, ainda não foram definidos os serviços mínimos que os motoristas terão de cumprir na greve, que será por tempo indeterminado. Esta tarefa ficará a cargo do Governo, depois de os sindicatos e a ANTRAM não terem chegado a um acordo.