A audição de Martim Vasconcelos e Sá, diretor e responsável em Portugal do braço de investimento do Société Générale, Pascale Moreau, responsável de renda fixa e derivados do banco, e Ramon Larraya, diretor do departamento jurídico da sucursal em Espanha, arranca pelas 15:00, na Assembleia da República, em Lisboa.
Segundo os documentos enviados à comissão de inquérito, a que a Lusa teve acesso, o Société Générale tinha 'swaps' com o Metro de Lisboa, que foram fechados em março deste ano por quase 60,9 milhões euros. No despacho de Maria Luís Albuquerque, então ainda secretária de Estado do Tesouro, não consta a avaliação com as perdas potenciais.
A audição dos responsáveis de derivados de bancos internacionais está dependente da boa vontade destes, já que não estão sob jurisdição portuguesa, pelo que não podem ser notificados a depor.
Até ao momento, já foram inquiridos responsáveis dos Deutsche Bank, Barclays e BNP Paribas.
O relatório do IGCP - Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública sobre os 'swaps' contratados por empresas públicas estimou que, no final de 2012, as perdas potenciais destas operações ultrapassavam os 3.000 milhões de euros.
Até ao momento, as empresas públicas pagaram 1.008 milhões de euros para anular 69 contratos com nove bancos, com perdas potenciais de 1.500 milhões de euros. Sobram ainda cerca de 1.500 milhões de euros em perdas potenciais, a maior parte das quais com contratos com o Santander Totta, com o qual ainda não foi possível qualquer entendimento.