Ao terceiro dia de greve, o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques, anunciou que os trabalhadores não vão cumprir nem os serviços mínimos, nem a requisição civil, no seguimento de o Governo ter dito que 14 motoristas não cumpriram a requisição civil.
"Ninguém vai cumprir nem requisição civil, nem serviços mínimos", adiantou o advogado do sindicato, em declarações aos jornalistas, em Aveiras de Cima.
Em causa, sublinhe-se, está o facto de o Governo ter anunciado, no final de terça-feira, que 14 motoristas não cumpriram a requisição civil, motivo pelo qual 11 desses já tinham sido notificados.
"Se vai um motorista ser preso, então o senhor ministro tem de trazer grandes autocarros para levar os 800 motoristas do país, porque eles estão cansados desta humilhação", apontou o vice-presidente do SNMMP. "Estas pessoas estão extremamente chateadas com o Governo, com as empresas, que mantêm isto nesta passividade, e ontem ficaram chateados com o senhor ministro ter dito que há 11 pessoas que foram notificadas para ser detidas e que há três que não conseguiram identificar", justificou Pardal Henriques.
Portugal está, desde sábado e até às 23:59 de 21 de agosto, em situação de crise energética, decretada pelo Governo devido a esta paralisação, o que levou à constituição de uma Rede de Emergência de Postos de Abastecimento (REPA), com 54 postos prioritários e 320 de acesso público.
A greve foi convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias para reivindicar junto da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.