JP Morgan fechou contratos por boas relações com Governo

O responsável do JP Morgan em Portugal disse hoje que o banco aceitou o cancelamento de 'swap' que tinha com empresas públicas, pelo qual recebeu 303,5 milhões de euros, para manter boas relações comerciais com as autoridades públicas portuguesas.

Notícia

© Reuters

Lusa
13/11/2013 17:52 ‧ 13/11/2013 por Lusa

Economia

Swaps

"O JP Morgan acedeu ao cancelamento no intuito de prosseguir o seu relacionamento comercial normal com as entidades públicas portuguesas e o Governo português", disse hoje Enrique Casanueva aos deputados da comissão parlamentar de inquérito aos 'swap' contratados por empresas públicas.

O responsável em Portugal pelo banco norte-americano disse ainda, na sua intervenção inicial, que as transações que o JP Morgan tinha com as empresas públicas portuguesas eram "adequadas" e que as empresas eram consideradas clientes "sofisticados", com competência para entender as transações que contratavam. Além disso, afirmou, havia uma "monitorização regular" da evolução das operações em conjunto com as empresas.

Os 13 'swap' que o JP Morgan tinha com as empresas públicas Metro de Lisboa, EGREP, Metro do Porto e a Refer eram dos que implicavam mais perdas potenciais.

Depois de, inicialmente, o banco ter sido um dos mais relutantes em negociar o fecho de contratos, o que levou o Governo a ameaçar recorrer aos tribunais em abril, este chegou a um acordo com o Estado em junho.

Segundo os documentos enviados à comissão de inquérito, a que a Lusa teve acesso, para cancelar as operações entre o banco norte-americano e a Metro de Lisboa (9), a EGREP (1), a Metro do Porto (1) e a Refer (2), as empresas pagaram 303,5 milhões de euros, quando as perdas potenciais atingiam os 487,1 milhões de euros, num desconto de 37,7%.

O desfecho positivo das negociações em junho, na mesma semana em que se soube que o JP Morgan tinha sido escolhido para assessorar a privatização dos CTT - Correio de Portugal (juntamente com a Caixa - Banco de Investimento), lançou a suspeita de que os dois assuntos estariam relacionados.

O primeiro-ministro, Passos Coelho, negou então qualquer relação, afirmando que a assessoria da operação de privatização dos CTT foi atribuída à JP Morgan porque este fez a "proposta mais vantajosa" financeiramente.

O relatório do IGCP - Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública sobre os 'swap' contratados por empresas públicas estimou que, no final de 2012, as perdas potenciais destas operações ultrapassavam os 3.000 milhões de euros.

Até ao momento, as empresas públicas pagaram 1.008 milhões de euros para anular 69 contratos com nove bancos, com perdas potenciais de 1.500 milhões de euros. Sobram ainda cerca de 1.500 milhões de euros em perdas potenciais, a maior parte das quais com contratos com o Santander Totta, com o qual ainda não foi possível qualquer entendimento.

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas