Os preços do petróleo estão em forte alta, esta segunda-feira, no seguimento de um ataque com drones à maior empresa petrolífera da Arábia Saudita, obrigando este país, o maior exportador mundial de petróleo, a reduzir temporariamente a produção para metade.
Há pouco, o preço do barril Brent valorizava 8,5% para 65,33 dólares, mas chegou a subir 20% para 71 dólares por barril, aquele que foi o maior aumento em cerca de três décadas, de acordo com o Financial Times.
Esta evolução está relacionada com as notícias de que a produção de petróleo vai ficar bem abaixo da capacidade máxima ao longo das próximas semanas, de acordo com o mesmo jornal, o que faz o preço aumentar - é a lei da oferta e da procura.
Isto porque um ataque com drones, reivindicado pelos rebeldes iemenitas Huthis, provocou incêndios em duas instalações petrolíferas da gigante saudita Aramco em Abqaiq e Khurais na Arábia Saudita.
O Governo iraquiano refutou qualquer ligação ao ataque às petrolíferas, após órgãos de comunicação social norte-americanos terem colocado a hipótese de os drones terem sido disparados do Iraque, apesar das reivindicações dos rebeldes iemenitas.
Trump dá ordem para libertar reservas
À semelhança da Arábia Saúdita, que decidiu libertar as reservas de petróleo, o presidente dos EUA, Donald Trump, já anunciou que deu ordem para que fossem libertadas as reservas do país, de modo a conter a escalada da matéria-prima.
A decisão foi anunciada por Trump na rede social Twitter, numa publicação onde o presidente dos EUA refere que já deu ordem para que as "reservas estratégicas" possam ser utilizadas "se necessário" e por uma "quantidade a determinar".
Based on the attack on Saudi Arabia, which may have an impact on oil prices, I have authorized the release of oil from the Strategic Petroleum Reserve, if needed, in a to-be-determined amount....
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) September 15, 2019
O problema neste momento é também a incerteza, o sentimento que os mercados menos gostam. Investidores e analistas consultados pelo Financial Times disseram que mesmo que a Arábia Saudita restaure a produção mais rapidamente do que o esperado, os receios de novos ataques podem destabilizar os mercados globais de energia.
Estes ataques podem incluir, por exemplo, uma retaliação da Arábia Saudita ou dos EUA contra o Irão.
Esta valorização súbita dos preços do petróleo acontece também num momento delicado para a economia global, uma vez que estão cada vez mais evidentes os receios de uma desaceleração - e os preços da energia mais elevados não ajudam.