Os dados avançados pela consultora na abertura da 6.ª edição do Congresso Mundial e Exposição de Negócios da Canábis, em Los Angeles, mostram que os Estados Unidos representam 83% do mercado mundial, atingindo este ano vendas de 11 mil milhões de dólares (cerca de 10 mil milhões de euros), enquanto o Canadá pesa 10% e a Europa vale 5% do total.
Em 2021, a Europa representará 13% do mercado global de canábis, o que representa "um crescimento massivo em dois anos", disse a diretora de serviços de clientes do Brightfield Group, Claire Kaufmann, na apresentação da pesquisa conduzida pela consultora.
A responsável referiu que uma das maiores tendências neste momento é a expansão do mercado de produtos apenas com CBD (canabidiol) e sem a componente com efeitos psicotrópicos THC (tetraidrocanabinol).
De um valor de 5 mil milhões de dólares em 2019 (4,6 mil milhões de euros), o mercado de CBD vai crescer para 23,7 mil milhões em 2023 nos Estados Unidos (21,6 mil milhões de euros), enquanto a Europa irá experimentar um salto de 400% nos próximos quatro anos.
Reino Unido, Áustria, Alemanha, Suíça e Espanha são os países europeus onde o Brightfield Group prevê crescimentos mais expressivos.
"Muitas marcas estão a uma reunião de passarem a incluir CBD nos produtos que já têm no mercado", afirmou Claire Kaufmann, caracterizando o canabidiol como "mais um ingrediente" a ser usado, o que explica o ritmo de expansão acelerada.
Os produtos sem THC estão sujeitos a menos restrições e podem ser vendidos em todos os mercados dos Estados Unidos, onde a marijuana é legal para fins medicinais em 33 estados e para consumo recreativo em 11 estados, mas ainda não foi legalizada ao nível federal.
"Estamos a assistir à entrada de muitas marcas não ligadas à canábis neste espaço", afirmou Kaufmann, notando que está em curso uma consolidação vertical na indústria.
Segundo a pesquisa do Brightfield Group, que fez uma análise ao perfil dos utilizadores de marijuana nos Estados Unidos, 51% dos consumidores são mulheres e 57% têm menos de 40 anos.
Quase metade, 46%, consome marijuana cinco ou mais vezes por semana e 70% detêm estudos superiores, com interesse particular em ciência.
O que leva ao consumo nas mulheres é sobretudo a intenção de acalmar ansiedade e reduzir o stress, sendo que no grupo dos consumidores seniores o principal motivo está relacionado com o tratamento de dores crónicas.
"Não há nenhum espaço na indústria da canábis que não esteja a mudar", indicou Claire Kaufmann, considerando que, à medida que o consumo recreativo de marijuana for sendo legalizado, a distinção entre aplicações medicinais e recreativas irá ser dissipada.
A 6.ª edição do Congresso Mundial e Exposição de Negócios da Canábis (CWCBE, na sigla inglesa), decorre em Los Angeles até sábado.