À saída da primeira reunião formal de Concertação Social, após as eleições de 6 de outubro, a nova ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, deu conta de que a presença dos parceiros sociais foi "muito útil para identificação das matérias e sinalização daquilo que são as suas preocupações e as suas propostas".
Questionada sobre a perspetiva do Governo para o aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN) para 2020, tendo em conta que nesta primeira reunião não foi avançada nenhuma proposta, a ministra relembrou que "o Governo assumiu uma meta para 2023 de 750 euros para o SMN" e, referiu, "agora o que fazemos, numa primeira reunião, é fixarmos anualmente o valor em função da evolução dos vários indicadores".
"A nossa ideia é ouvir todos os parceiros, ouvir as diferentes perspetivas dos parceiros sociais e em função disso, da análise e da meta que temos para atingir em 2023" chegar a um valor, garantiu a ministra.
Segundo Ana Mendes Godinho, o "objetivo é ter uma proposta de evolução o mais equilibrada possível e que também traduza a nossa ambição para 2023, garantindo que em cada ano vamos fixando o valor em função da trajetória que tivemos e dos níveis que crescimento que tivemos". "Queremos fixar o valor para 2020 procurando o maior consenso possível", sublinhou a governante.
"É fundamental valorizar os trabalhadores e os salários" e, crê a ministra, "isso ficou bastante patente nesta reunião".
Sobre a estreia nas reuniões da Concertação Social, Ana Mendes Godinho rematou que "há muitos objetivos em comum. O que nos une é muito mais do o que nos separa. O objetivo é trabalhar em conjunto ao serviço do país".
O Governo e os parceiros sociais reuniram-se esta quarta-feira para dar início à discussão, na Concertação Social, sobre o aumento do salário mínimo para 2020, tendo o Executivo apresentado como meta atingir 750 euros em 2023. A próxima reunião é daqui a uma semana, na quarta-feira, dia 13 de novembro.
A ministra do Trabalho afirmou ainda que após a discussão sobre o valor do salário mínimo nacional para 2020, que será concluída no próximo dia 13, dado o "caderno de encargos de medidas a implementar", os parceiros irão então começar a discutir um acordo global de rendimentos.
O salário mínimo é, atualmente, de 600 euros, com a UGT a reivindicar 660 euros para 2020 e a CGTP a exigir 850 euros na legislatura.
As confederações patronais, segundo contou o líder da UGT, Carlos Silva, no final da reunião da Concertação Social, puseram em cima da mesa um valor de 625 euros para 2020, considerado "ridículo" pela central sindical.
Porém, aos jornalistas, o presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, não adiantou qualquer valor.