"As previsões da OCDE estão em linha com as previsões do Governo: confirmam que as previsões são de que a economia vai continuar a crescer mais do que a média da União Europeia, mas as boas notícias, apesar de tudo, são de que toda a Europa e toda a economia mundial vai continuar a crescer. Pouco, mas cresce", disse Pedro Siza Vieira.
O ministro falava aos jornalistas à margem do 31.º Congresso Nacional de Hotelaria e Turismo, organizado pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), que começou hoje em Viana do Castelo.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) anunciou hoje que melhorou a previsão para o défice português para 0,1% este ano e 'défice zero' no próximo, em linha com o Governo, descendo em uma décima, para 1,8%, a estimativa para o crescimento económico em 2020.
"Também gostava de fazer notar que a OCDE relativamente a Portugal, não só está absolutamente alinhada nas previsões orçamentais do Governo português ao nível da consolidação do nosso défice e da redução da nossa dívida, mas também manifesta que as reformas estruturais que estão a ser realizadas vão permitir continuar a ter ganhos de competitividade nas nossas exportações e é isso que nos vai permitir continuar a crescer acima da média da União Europeia", acrescentou o governante.
"Aquilo que temos como objetivo, que é aproximar o nosso nível de vida, a nossa economia dos níveis europeus - esse processo vai no quarto ano consecutivo - vai-se continuar a prolongar. E essa ambição de convergência numa década é aquela que é importante para nós", disse ainda Pedro Siza Vieira.
A OCDE alinhou, assim, as projeções com as do Governo português, que antecipou, no projeto de plano orçamental, enviado a Bruxelas em 15 de outubro, um défice de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e défice nulo em 2020.
"Prevê-se que a política orçamental permaneça prudente", indica a OCDE, adiantando que o rácio da dívida pública em relação ao PIB deve continuar a descer.
A organização prevê que a dívida pública recue para 119,3% do PIB este ano (a mesma previsão do Governo) e para 117,1% no próximo ano.
"O aumento da eficiência dos gastos públicos irá apoiar a criação de amortecedores orçamentais para enfrentar choques imprevistos e o impacto orçamental do envelhecimento da população", lê-se no documento.
A OCDE aponta ainda os "progressos significativos dos bancos no reforço dos seus balanços e redução do crédito malparado, apoiando o aumento da concessão de crédito e do consumo".
Para a evolução da economia portuguesa, a OCDE antecipa que cresça 1,9% este ano, mais uma décima do que antecipava em maio, prevendo, para 2020, uma expansão de 1,8%, menos uma décima do que na anterior previsão.
O Governo espera um crescimento do PIB de 1,9% este ano e de 2% no próximo.
Sobre a economia mundial a OCDE desceu ligeiramente a previsão de crescimento para 2,9% em 2020, mantendo a anterior previsão para o ritmo da expansão este ano, e alertou que a crise económica está a "entrincheirar-se".
Já para a zona euro melhorou em uma décima a previsão de crescimento económico este ano e no próximo, para 1,2% e 1,1%, respetivamente, e indica que "é adequada uma política monetária muito acomodatícia".