Cabo Verde e União Europeia podem "ir mais além" na mobilidade
O ex-primeiro-ministro português Durão Barroso disse hoje, na cidade da Praia, que a parceria entre Cabo Verde e União Europeia tem funcionado bem e considerou que se pode "ir mais além" na questão da mobilidade.
© Lusa
Economia Cabo Verde
"A informação que eu tenho é que essa parceria especial entre Cabo Verde e União Europeia tem funcionado bem e por parte da União Europeia tem sido bem vista. Acho que há uma base agora para ir mais além, por exemplo, estamos a falar da questão da mobilidade", apontou o também antigo presidente da Comissão Europeia.
Durão Barroso, que integra atualmente a Goldman Sachs International, falava em declarações aos jornalistas, na cidade da Praia, onde foi o convidado especial do primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, do Encontro Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovação (CVNext).
O antigo governante português lembrou que foi na sua presidência que a parceria foi assinada - em 2007, quando o primeiro-ministro de Cabo Verde era José Maria Neves - e houve algumas questões e dificuldades, por causa da dimensão do país africano.
"Normalmente, a Comissão Europeia faz parcerias estratégicas com as grandes potências", salientou, notando que, passados 12 anos, a parceria tem sido positiva para Cabo Verde e para a Europa.
"Penso eu que há progressos para se conseguir uma isenção de vistos, uma maior mobilidade, liberdade de circulação, nomeadamente no âmbito da Comunidade de Países de Língua Portuguesa [CPLP], mas também que pode abranger Portugal e através daí também ter acesso melhor à União Europeia", apontou o antigo chefe do Governo português.
Sobre a sua participação no CV Next, Durão Barroso destacou a "estratégia e vontade" de Cabo Verde, que tem vindo a conseguir "resultados notáveis" em vários indicadores, como da democracia, em que está à frente de vários países europeus.
"Acho que a questão da dimensão do país não é decisiva, o decisivo é a estratégia e capacidade e a vontade de aplicar essa estratégia. E, quanto a mim, Cabo Verde tem essa visão para o futuro e tem meios", salientou, considerando que o país tem capacidade para explorar a sua posição geoestratégica no Atlântico médio.
O primeiro-ministro cabo-verdiano considerou ser importante partilhar experiências e vivências com um "líder mundial" como Durão Barroso, para estar num palco a discutir questões que têm a ver com o posicionamento de Cabo Verde no mundo global.
Para Ulisses Correia e Silva, é uma forma também de potenciar as relações de Cabo Verde, que escolheu desde sempre alguns parceiros de referência, entre eles a União Europeia, Estados Unidos e o continente africano.
"É interessante que toda esta problemática seja vista sempre e com olhares que nos possa ajudar também a fazer boa interpretação daquilo que se passa no mundo atual e as projeções futuras", disse o primeiro-ministro cabo-verdiano.
O CV Next é uma marca que pretende projetar Cabo Verde para o futuro, criando um espaço onde se partilha experiências, trazendo individualidades de fora, do país e da diáspora para partilhar as suas experiências e falar de assuntos atuais e do panorama nacional e internacional.
No ano passado, o convidado foi o Muhammad Yunus, Prémio Nobel da Paz em 2006 e fundador do Gremeen Bank, do Bangladesh.
Durante a sua permanência no país, Durão Barroso manteve ainda encontros com o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Santos, e proferiu uma aula magna na Universidade de Cabo Verde.
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