"A perspetiva de crescimento para o próximo ano foi cortada novamente este mês, de 1% para 0,7%, com o poderoso setor petrolífero a continuar a navegar em águas paradas e com pouca esperança de uma retoma", escrevem os analistas desta consultora com sede em Barcelona, que estimam uma expansão de 1,9% em 2021.
No relatório referente a janeiro, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas escrevem que "a atividade económica deve recuperar em 2020 devido às reformas, à estabilidade política e ao apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI), que vão sustentar os investimentos e a despesa privada".
A economia "parece ter continuado em recessão no terceiro trimestre", com a produção petrolífera a cair de julho a setembro, "o que, juntamente com a queda dos preços médios do petróleo, prejudicou o setor externo", dizem os analistas, vincando que "os dados disponíveis deixam pouco espaço para otimismo relativamente ao quarto trimestre", nomeadamente no que diz respeito aos preços do crude e à produção interna.
Sobre a política monetária, a FocusEconomics antevê que o Banco Nacional de Angola não mexa na taxa de juro diretora até "os riscos à inflação estabilizarem", até porque "o período de incerteza que se seguiu à permissão da flutuação do kwanza deixa o BNA com pouco espaço de manobra no curto prazo".
Assim, concluem, a taxa de juro de referência deve terminar 2020 nos 16,30%.