Dia B, de Brexit. Esta sexta-feira, dia 31 de janeiro, os britânicos deixam de pertencer, oficialmente, à União Europeia (UE). O processo negocial está longe de estar concluído, mas a garantia do primeiro-ministro português, António Costa, é que a relação de até então com o Reino Unido é para manter.
"Hoje é o último dia do Reino Unido na União Europeia. Amanhã será o primeiro dia da nova relação com este nosso velho amigo, aliado ancestral e para sempre parceiro. A relação entre os nossos dois Países continuará forte e duradoura", escreveu António Costa, na rede social Twitter.
Depois de o Parlamento Europeu ter aprovado, na quarta-feira, o acordo de saída para o Brexit, os britânicos deixam de pertencer, oficialmente, à UE às 23h00 (hora de Lisboa), desta sexta-feira.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, vai dirigir-se à nação com um discurso gravado antecipadamente e que vai ser transmitido às 22h00 horas, onde irá promover uma mensagem de que o país tem uma oportunidade única para desenvolver todo o seu potencial.
Hoje é o último dia do Reino Unido na União Europeia. Amanhã será o primeiro dia da nova relação com este nosso velho amigo, aliado ancestral e para sempre parceiro. A relação entre os nossos dois Países continuará forte e duradoura. #brexit #ue
— António Costa (@antoniocostapm) January 31, 2020
De sublinhar que o voto do Parlamento Europeu vem no seguimento de a Câmara dos Lordes ter aprovado o projeto de lei que formalizava a saída do Reino Unido do bloco europeu, a 23 de janeiro, e consequente promulgação pela rainha Isabel II, no mesmo dia.
Direitos dos cidadãos são uma prioridade
O primeiro embaixador da União Europeia no Reino Unido, João Vale de Almeida, que entra oficialmente em funções em 1 de fevereiro, disse, na terça-feira, numa conversa com jornalistas portugueses em Bruxelas, que se sente "honrado com a tarefa" que lhe foi conferida, adiantando que tenciona "implementar o acordo da forma mais equilibrada possível".
Estas declarações vêm no seguimento do que disse na segunda-feira, deixando claro que a sua prioridade vai ser manter os direitos dos cidadãos europeus no Reino Unido e vice-versa.
"A minha prioridade vai ser [dar] atenção aos direitos dos cidadãos europeus que vivem no Reino Unido, mas também, naturalmente, aos cidadãos do Reino Unido que vivem nos 27" Estados-membros da UE, admitiu João Vale de Almeida à margem de uma conferência que se realizou no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
De acordo com os dados disponibilizados pelo Parlamento Europeu, há mais de três milhões de cidadãos da UE que residem no Reino Unido e cerca de 1,2 milhões de cidadãos britânicos que residem nos 27 Estados-membros.