Ainda não foi desta que houve um acordo entre o Governo e os sindicatos da Função Pública. À saída da reunião, esta segunda-feira, a coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila, disse que o Governo 'atirou' qualquer decisão para uma nova reunião agendada para quarta-feira, dia 19 de fevereiro.
"A reação do Governo foi 'vamos analisar e na quarta-feira vamos decidir'", disse Ana Avoila, em declarações aos jornalistas, mostrando-se confiante de que o "Governo poderá encerrar o processo [de negociação] na quarta-feira", referiu. Ao que indicou a sindicalista, além da contraproposta, a Frente Comum entregou também um estudo da autoria de Eugénio Rosa.
Questionada sobre a possibilidade de estar em cima da mesa a negociação de férias, por exemplo, Ana Avoila rejeitou a ideia de que se trate de uma "medida compensatória", justificando que se trata de uma "reposição do roubo das férias que nos roubaram", adiantou.
Governo disponível para negocia férias e subsídios
Por outro lado, o secretário-geral da Fesap, José Abraão, disse aos jornalistas que o Governo mostrou disponibilidade, na reunião, para negociar a questão das férias e a do subsídio de refeição.
"A abertura que o Governo mostrou foi de voltarmos na quarta-feira para discutirmos a plurianualidade dos aumentos salariais, o aumento do subsídio de refeição e a reposição dos dias de férias", referiu José Abraão, no final de uma reunião com o secretário de Estado da Administração Pública.
Na sexta-feira, a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública disse continuar à espera da contraproposta de estruturas sindicais à proposta governamental de atualização de sete euros para os dois patamares mais baixos da TRU da função pública, que acresce aos 0,3% que já tinham sido decididos.
"Continuamos a aguardar a contraproposta das estruturas sindicais que manifestaram interesse em enviá-la e vamos analisá-la com todo o cuidado e com grande abertura, porque achamos que conseguir fazer um acordo seria muito importante para o futuro, para a paz social", afirmou aos jornalistas, ao início da tarde, a ministra Alexandra Leitão.
"Continuamos a aguardar essa contraproposta que, analisaremos com - repito - muito cuidado e com grande abertura", sublinhou.
Segundo a proposta do executivo, as remunerações de nível 4 da TRU (que corresponde ao valor mais baixo da carreira de assistente operacional) avançará dos atuais 635,07 euros para 642,07 euros. Já as do nível 5 (que correspondem à base salarial dos assistentes técnicos ou administrativos), sobem de 683,13 euros para 690,13 euros.
Este aumento traduz uma atualização ligeiramente acima de 1%, entre os níveis 4 e 5 da TRU, em linha com a previsão de subida da inflação do Governo para 2020.