Covid-19: "Conter propagação é bom para a saúde e para a economia"

O ministro da Economia afirmou hoje que o impacto do surto de Covid-19 nos negócios nacionais é "moderado a reduzido", defendendo que conter a "taxa de propagação da doença é bom para a saúde e a economia".

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Lusa
03/03/2020 13:21 ‧ 03/03/2020 por Lusa

Economia

Siza Vieira

"O relato que me chega é que o impacto [do surto de coronavírus na economia portuguesa] tem sido muito moderado, para não dizer reduzido. Temos de continuar a ser vigilantes, adotar todas as recomendações das autoridades de saúde e sermos capazes de conter a taxa de propagação da doença. É bom para a saúde, é bom para a economia", afirmou Pedro Siza Vieira no Porto, à margem da 3.ª Conferência do Fórum Permanente para as Competências Digitais - INCoDe.2030.

De acordo com o governante, "na maior parte dos setores" de atividade, desde os medicamentos, passando pelo ramo automóvel e pelas indústrias, "as empresas estão bem abastecidas de 'stocks' e não se verificam situações de interrupção de atividade".

"A preocupação é saber se esta situação se irá prolongar, quanto tempo durará e qual vai ser impacto sobre força de trabalho", observou.

O ministro garantiu hoje que trabalhadores do setor privado que tenham de faltar devido ao surto de Covid-19, por determinação da autoridade de saúde, vão receber "integralmente" o rendimento, numa "baixa paga a 100% desde o primeiro dia".

"O Governo vai considerar as ausências determinadas pela autoridade de saúde como uma baixa por internamento paga a partir do primeiro dia. Será, portanto, uma baixa paga a 100% para o setor privado" (Siza Vieira)

O ministro acrescentou que aquelas ausências relacionadas com o surto de coronavírus, tal como no setor público, serão "pagas integralmente desde primeiro dia, sem qualquer perda de rendimento".

O ministro da Economia já se tinha referido na segunda-feira a uma portaria que ia ser publicada para acautelar situações em que os trabalhadores tenham de se ausentar dos postos de trabalho "não por uma situação de doença, mas por uma situação de quarentena", notando que a medida "poderá aplicar-se a partir do momento em que haja orientação nesse sentido" pelas autoridades de saúde.

O surto de Covid-19, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.100 mortos e infetou mais de 90.300 pessoas em cerca de 70 países e territórios, incluindo duas em Portugal.

Das pessoas infetadas, cerca de 48 mil recuperaram, segundo autoridades de saúde de vários países.

Além de 2.943 mortos na China, onde o surto foi detetado em dezembro, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América, San Marino e Filipinas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional de risco "muito elevado".

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