"O BPI anunciou hoje um novo pacote de medidas para apoiar as famílias e as empresas portuguesas, no quadro da crise gerada pela pandemia Covid-19. Para as empresas e particulares, o BPI está disponível para aceitar moratórias de crédito que permitam mitigar os impactos na economia das famílias e na atividade das empresas, de todos os setores de atividade", indica a instituição bancária em comunicado.
Em concreto, no que toca às empresas, o banco diz estar disponível para conceder "uma carência de capital, acompanhada pela prorrogação do prazo da operação, até um ano, em operações de crédito regulares que se encontrem em período de reembolso ou iniciem esse período em 2020".
O banco ressalva que "poderão solicitar esta facilidade os clientes em situação regular afetados pela crise da pandemia".
De acordo com a instituição bancária, disponível está também uma dotação de 200 milhões de euros, no âmbito do projeto governamental de apoio ao investimento, a Linha Capitalizar, que será alocada aos "clientes mais afetados pelos efeitos económicos resultantes da pandemia".
Além destas medidas, e mais direcionado aos comerciantes, o BPI diz ter eliminado a comissão mínima nas transações efetuadas nos Terminais de Pagamento Automático (TPA), tendo ainda decidido suspender a cobrança desta mensalidade em estabelecimentos fechados temporariamente.
Relativamente às famílias, o banco indica estar, igualmente, disponível para conceder uma moratória de crédito aos clientes particulares, "condicionada às orientações" das autoridades, e que abrange empréstimos à habitação e o crédito pessoal, incluindo o automóvel.
"Verificadas as condições [...], esta moratória estará disponível a pedido dos clientes e consistirá na concessão de uma carência de capital, acompanhada de prorrogação do prazo da operação, até seis meses, para operações de crédito regulares que se encontrem em período de reembolso, ou iniciem esse período em 2020", explica o banco.
Já para os clientes com salários afetados pela crise decorrente do surto, o BPI adianta que "vai manter, sem qualquer agravamento, as condições dos seus pacotes básicos de serviços e do crédito habitação", o que nos empréstimos sobre a compra de casa significa que não há penalizações nas bonificações de 'spread'.
Medidas semelhantes foram anunciadas, ) na semana passada, pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), visando também apoiar empresas e clientes particulares, com iniciativas como flexibilização nos pagamentos de créditos.
Antes, em meados deste mês, a Federação Europeia de Bancos (EBF, sigla em inglês), que representa 3.500 instituições bancárias europeias, apelou à criação de uma ferramenta de moratória para empresas em risco de liquidez por causa do novo coronavírus.
Numa carta enviada à Comissão Europeia, ao Banco Central Europeu e à Autoridade Bancária Europeia, a EBF pediu aos reguladores e supervisores "flexibilidade para contornar as barreiras impostas pela regulamentação".
Em concreto, a EBF propôs a criação de "uma ferramenta de moratória para os devedores sólidos que enfrentam desafios de liquidez relacionados com os efeitos do Covid-19".
A EBF agrega 32 associações bancárias nacionais na Europa, entre as quais a Associação Portuguesa de Bancos.