De acordo com a agência noticiosa Associated Press (AP), a Emirates anunciou hoje que entre os destinos para onde continuará a voar estão os Estados Unidos da América, o Reino Unido, o Japão, a Austrália e o Canadá.
A transportadora aérea sediada no Dubai justifica a decisão revelando que recebeu pedidos de governos e clientes para ajudar no repatriamento de viajantes.
Apenas horas mais cedo, o presidente e diretor executivo da Emirates tinha anunciado que a companhia se encontrava numa situação em que não podia operar, "de forma viável, voos com passageiros até que os países voltem a abrir as suas fronteiras e a confiança nas viagens regresse".
Citado pela Associated Press, o xeque Ahmed bin Saeed Al Maktoum assinalou que "o mundo entrou, literalmente, em quarentena devido à pandemia de covid-19".
"Esta é uma crise sem precedentes em termos de amplitude e escala: geograficamente, bem como dos pontos de vista da saúde, social e económico", salientou.
A Emirates irá igualmente continuar a transportar bens essenciais, incluindo medicamentos, para todo o mundo, com recurso à frota de aviões Boeing 777 prontos para o efeito.
Hoje, foi também anunciado que a companhia aérea irá reduzir salários à vasta maioria dos seus funcionários nos próximos três meses, com cortes entre 25% e 50%, mas não irá proceder a despedimentos.
No sábado, a maior companhia aérea do Médio Oriente, que opera habitualmente em 159 destinos, tinha anunciado a supressão de 111 rotas, no quadro de medidas restritivas para combater a pandemia da covid-19.
Em comunicado, a Emirates dava conta de que o período de suspensão iria variar de um a três meses consoante os destinos, mas que ligações como Paris (França), Frankfurt (Alemanha), ou Islamabad (Paquistão) seriam afetadas "até nova informação".
De acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo, as companhias no Médio Oriente já perderam mais de sete mil milhões de dólares em receitas.
Segundo a mesma fonte, desde o final de janeiro já foram cancelados no Médio Oriente 16.000 voos de passageiros.
A Emirates, que transportou no ano passado cerca de 58 milhões de passageiros, encontrava-se numa situação financeira favorável no início do ano mas, de acordo com xeque Ahmed bin Saeed Al Maktoum, a propagação da covid-19 "levou a uma repentina e penosa estagnação nas últimas seis semanas".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 308 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 13.400 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 4.825 mortos em 53.578 casos. Segundo as autoridades italianas, 6.062 dos infetados já estão curados.
A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de dezembro, conta com um total de 81.054 casos, tendo sido registados 3.261 mortes.
Os países mais afetados a seguir à Itália e à China são a Espanha, com 1.720 mortos em 28.572 infeções, o Irão, com 1.556 mortes num total de 20.610 casos, a França, com 562 mortes (14.459 casos), e os Estados Unidos, com 340 mortes (26.747 casos).
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
Em Portugal, há 14 mortes e 1.600 infeções confirmadas.
Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.