Num comunicado hoje divulgado, o STARQ refere que "tem vindo a ser contactado por associados e não associados sobre o incumprimento das medidas profiláticas de combate à Covid-19 recomendadas pela DGS no âmbito das intervenções arqueológicas a decorrer um pouco por todo o país", salientando que "a maior parte destas decorre em contexto de empreitadas de construção civil".
O sindicato revela que "tem defendido, junto da tutela e empresas de arqueologia, que sejam garantidas condições que tanto assegurem a saúde, como os rendimentos dos trabalhadores", nomeadamente, "a adoção do teletrabalho em todos os casos em que o mesmo seja possível" e que "os trabalhos de arqueologia em ambiente de obra, que ainda estão a laborar, sejam dotados de todas as medidas de higiene e segurança que garantam a saúde dos trabalhadores".
De acordo com o STARQ, as condições em que decorrem muitas das intervenções arqueológicas em curso em Portugal "sofreram um sério agravamento na sequência da pandemia do Covid-19".
"Em muitos casos verifica-se um efetivo abandono presencial por parte de diretores de obras, coordenadores de segurança e saúde em obra e outros responsáveis. Por outro lado, têm-se também multiplicado as situações de interrupção do trabalho das diversas equipas especializadas subcontratadas, o que tem provocado uma perturbação da organização do trabalho em obra. Por fim, é adquirido que a generalidade dos serviços púbicos se encontra com funcionamento muito reduzido, e essencialmente desenvolvido de forma remota, tendo cessado as ações de fiscalização direta por parte das diversas entidades do Estado com essa competência", refere o sindicato.
O que se passa nas intervenções arqueológicas, "em conjugação com um ambiente generalizado de insegurança sanitária, tem provocado um agravamento e descontrole das condições de higiene, segurança e saúde nas obras, especialmente gravoso para serventes e outros trabalhadores indiferenciados, frequentemente subcontratados de forma temporária e precária, grupo já de si especialmente frágil e sem voz".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 308 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 13.400 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 4.825 mortos em 53.578 casos. Segundo as autoridades italianas, 6.062 dos infetados já estão curados.
Em Portugal, há 14 mortes e 1.600 infeções confirmadas. O país encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.
Além disso, o Governo declarou na terça-feira o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.