Em comunicado, a Airbus afirmou ter "recebido o aval" do conselho de administração para "retirar a proposta de dividendos de 2019, de 1,80 euros por ação, o que representa um valor total de cerca de 1,4 mil milhões de euros".
A empresa anunciou também ter obtido uma nova linha de crédito para elevar a liquidez disponível a 30 mil milhões de euros contra 20 anteriormente.
"A nossa prioridade é proteger as pessoas, e ao mesmo tempo, apoiar os esforços mundiais para travar a propagação do coronavírus [SARS-CoV-2]. Queremos também garantir a segurança das nossas atividades para preservar o futuro da Airbus e retomar eficazmente as nossas operações depois da crise", declarou o presidente-executivo da empresa, Guillaume Faury, citado no comunicado.
Graças a estas decisões, "a empresa dispõe de liquidez suficiente para responder às necessidades de tesouraria suplementares relacionadas com a covid-19", precisou a Airbus, ao anunciar igualmente a suspensão do financiamento voluntários das reformas complementares.
"Anulámos as nossas previsões para 2020 devido à volatilidade da situação. Ao mesmo tempo, assumimos o compromisso de garantir a liquidez da empresa em qualquer momento, graças a uma política prudente. Estou convencido que a Airbus e o conjunto do setor aeronaútico e espacial vão ultrapassar este período crítico", acrescentou Faury.
A assembleia-geral da empresa vai decorrer em 16 de maio, em Amesterdão e a Airbus pediu aos acionistas para não estarem fisicamente presentes.
A empresa pensa poder continuar a assegurar as suas atividades, mesmo "em caso de crise prolongada", através da manutenção "da produção, com uma gestão do caderno de encomendas, apoio aos clientes e com uma garantia da flexibilidade financeira das operações", indicou.
No domingo, a Airbus disse prever o reinício parcial da produção em França e na Espanha, na sequência de quatro dias de controlos de saúde e de segurança relacionados com a propagação do coronavírus.
Em 2019, o grupo, que emprega cerca de 135 mil pessoas em todo o mundo, divulgou um volume de negócios de 70 mil milhões de euros.