"O lay-off é para trabalhadores, não é para empregadores", disse o ministro da Economia, Siza Vieira, em entervista à TSF, esta terça-feira, adiantando que o Governo vai estudar uma forma de analisar os casos dos sócios-gerentes.
Estas declarações surgem no mesmo dia em que o Jornal de Negócios dá conta que o PSD, o Bloco, o CDS e o PAN querem mudar a lei de modo a acomodar estes casos.
É que impedidos de aceder ao lay-off, os sócios-gerentes de microempresas obrigadas a encerrar ficam sem meios para pagar salários, a menos que recorram ao crédito, como explica o mesmo jornal.
Sobre o processo de lay-off na TAP, noticiado na segunda-feira à noite, Siza Vieira admite que "é muito difícil que uma empresa que não tem atividade mantenha todos os postos de trabalho funcionais".
O ministro da Economia lembra ainda que, "neste momento toda a indústria da aviação civil, a nível mundial, está a conhecer grandes dificuldades", acrescentado que aquilo que está a acontecer um pouco por todo o mundo são despedimentos em massa nesta indústria", afirmou em declarações à estação de rádio.
"Nós queremos preservar a continuidade do país e das atividades que sejam estratégicas. Seguramente vamos divergir, em comunidade, sobre o que são atividades estratégicas e quais são as empresas importantes, mas o Estado português tem ferramentas para nacionalizar empresas e usá-las-á se achar conveniente", assegurou hoje Pedro Siza Vieira em entrevista à rádio TSF, quando questionado sobre se admitia a hipótese de o Estado português vir a avançar para nacionalizações na sequência da crise gerada pela pandemia de covid-19.
Interrogado sobre se a TAP poderá ser um destes casos, se a crise provocada pela pandemia deixar a companhia numa situação financeira insustentável, o ministro garantiu que "o Estado não deixará, como sócio da TAP e tendo em conta a natureza estratégia da companhia, de assegurar a preservação do valor que ela representa a longo prazo para o país".
"O Estado é sócio da TAP e tem seguramente um interesse não apenas como acionista, mas também tendo em conta o caráter estratégico que empresa tem. Portanto, também neste caso, o Estado não deixará de usar todos os poderes ao seu dispor para salvaguardar a posição estratégica da TAP na comunidade portuguesa", sustentou.