Em respostas por escrito, o presidente executivo da empresa, João Cardoso, indicou que no final da semana passada 94% dos colaboradores já estava em casa e que na terça-feira este valor vai chegar aos 99%, o que representa perto de 10.100 funcionários.
"A transição contínua dos nossos colaboradores para regime de teletrabalho permite-nos ter hoje alguns edifícios fechados e outros a funcionar apenas com os serviços de segurança, manutenção, tecnologias de informação e outros que não possam ser realizados a partir de casa", avançou João Cardoso.
A Teleperformance confirmou ainda já ter encerrado o 'contact center' (centro de atendimento telefónico) da Infante Santo, em Lisboa, "seguindo de resto aquele que era o plano de gestão da crise covid-19", sublinhando que "as autoridades sanitárias fizeram um acompanhamento extremamente atento e continuado" da execução do seu plano.
No dia 31 de março, o Sindicato dos Trabalhadores de 'Call Center' (STCC) acusou a Teleperformance de se recusar a encerrar este 'call-center' em Lisboa, apesar de diversos casos confirmados de covid-19, de acordo com um comunicado.
"O STCC tem conhecimento de vários casos confirmados de covid-19 no 'call-center' da Teleperformance da Infante Santo. Existe a confirmação de um caso na campanha Bankinter no piso -2 do edifício e de, pelo menos, três casos na campanha Chubb no piso 2. Um deles encontra-se já hospitalizado", alertou, na altura, a estrutura sindical.
João Cardoso, por sua vez, assegurou que tem em vigor, desde 26 de fevereiro, um plano de contingência para lidar com a crise originada pela pandemia de covid-19.
Ao abrigo deste plano, a empresa aumentou "a higienização contínua" de todos os espaços dos "edifícios e os pontos de contacto mais frequentes, como corrimões, maçanetas, botões de elevador, etc.".
Além disso, foi implementada a "desinfeção também em contínuo de todos os equipamentos, nomeadamente das estações de trabalho", tendo havido ainda a "reorganização dos espaços de trabalho e zonas comuns para cumprir com a distância de segurança recomendada", garantiu.
A Teleperformance referiu ainda que "distribuiu máscaras aos seus colaboradores e colocou à sua disposição, em várias localizações dos edifícios, gel desinfetante para a higienização constante das mão", tendo sido ainda "reservada uma sala de isolamento por edifício para qualquer caso suspeito", entre outras medidas.
De acordo com João Cardoso, "desde o primeiro momento, a prioridade número um foi sempre assegurar a segurança de todos os colaboradores", que garante terem sido "permanentemente informados, em detalhe, nomeadamente por vídeo, do plano de crise e da sua execução", sendo que a Teleperformance diz que tem "como objetivo assegurar o número máximo de postos de trabalho".
"Sabendo que é sempre opção do colaborador fazer auto-quarentena, sabemos também que se a empresa tivesse declarado quarentena a todos os colaboradores no primeiro dia, estaria hoje falida e sem capacidade de pagar salários a nenhum", alertou o presidente da Teleperformance.
O presidente da empresa sublinhou ainda que o grupo "monitoriza de perto as situações mais sensíveis, nomeadamente em termos de saúde de colaboradores infetados pela covid-19, para auferir quais as suas necessidades e em que é que a Teleperformance Portugal poderá ser útil".