"O Sul da Ásia está a enfrentar um 'cocktail' perfeito de dificuldades. O turismo parou, as cadeias de abastecimento foram interrompidas, a procura têxtil entrou em colapso e a confiança do consumidor e do investidor é baixa", afirma o Banco Mundial, num relatório divulgado hoje.
Esta instituição reduziu a sua previsão de crescimento para a região de 6,3% para um intervalo de 1,8 a 2,8%, considerando também que mais de metade dos países daquela zona vai entrar numa "profunda recessão".
Nessa região, que abrange países como a Índia, o Bangladesh e o Paquistão, vivem cerca de 1,8 mil milhões de pessoas, contando com algumas das cidades com maior densidade populacional do mundo.
No relatório, o Banco Mundial prevê uma contração do PIB (produto interno bruno) de 13% para as Maldivas, face às quebras no turismo, 5,9% para o Afeganistão e 2,2% no Paquistão.
Já a Índia, cujo ano fiscal começa em 01 de abril, deve registar um aumento do PIB de 1,5 a 2,8%, contra 4,8 a 5% para o ano que acabou de concluir.
Os países desta região ainda não relataram uma explosão no número de casos confirmados da covid-19, porém alguns especialistas temem que esta se possa tornar num dos próximos centros da pandemia.
O Banco Mundial estima também que a pandemia vai piorar as desigualdades na região, com as populações mais pobres a terem pouco ou nenhum acesso aos sistemas de saúde e de assistência social.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 107 mil mortos e infetou mais de 1,7 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Dos casos de infeção, quase 345 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Os Estados Unidos são o país que regista o maior número de mortes, contabilizando 20.506 até hoje, e aquele que tem mais infetados, com mais de meio milhão de casos confirmados.