"Este trimestre vai ser o mais duro da nossa história económica"

O ministro de Estado, da Economia e da Transição Energética, Pedro Siza Vieira, defendeu esta quarta-feira que "não há uma verdadeira oposição entre saúde e economia", numa altura em que se começa a debater "alguma retoma" em maio.

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Lusa
15/04/2020 18:46 ‧ 15/04/2020 por Lusa

Economia

Siza Vieira

Numa intervenção na 'webconferência' "Liderança à prova", organizada pelo Jornal de Negócios, o governante referiu que está a ser preparada "a fase de transição", defendendo que o "mais importante é construir condições nas empresas" para que todos possam voltar a trabalhar.

"Gostava de recordar que não há uma verdadeira oposição entre saúde e economia", defendeu ainda Siza Vieira.

O ministro realçou que "é preciso assegurar que as pessoas estão protegidas", mas que "a próxima fase é de retoma" e, nesse contexto, "o Estado tem uma obrigação muito grande de intervir", para "continuar a apoiar fatores de criação de valor, inovação e combate às alterações climáticas", entre outros. 

O governante reconheceu que vai aumentar o desemprego e a dívida, neste último caso para valores de 2015.

"Este trimestre vai ser o mais duro da nossa história económica. Abril vai ser provavelmente o pior mês, sendo que em maio devemos ter alguma retoma", salientou.

Siza Vieira admitiu ainda a recapitalização de empresas e mesmo nacionalizações. "O Estado tem que avaliar as empresas e instituições que possam justificar um apoio especial na preservação desses ativos", realçou.

"O Estado não pode prescindir de instrumentos à sua disposição", sublinhou ainda, indicando que a nacionalização da TAP não está fora de hipótese.

"Os Estados têm estado a avaliar como podem apoiar as companhias aéreas", referiu, mas alertou que uma entrada de capital na TAP terá reflexos nos outros acionistas.

De acordo com Siza Vieira, já foram aprovados 430 milhões de euros nas linhas de crédito lançadas pelo Governo.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 428 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 599 pessoas das 18.091 registadas como infetadas, segundo os dados esta quarta-feira divulgados.

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