"É necessário que o dinheiro chegue rapidamente às empresas", afirmou Carlos Silva aos jornalistas no final de uma reunião em São Bento, Lisboa, com o primeiro-ministro, António Costa, que hoje recebeu os parceiros sociais para discutir as condições da retoma da atividade económica.
"Venha da Europa, venha do Estado português, é necessário desburocratizar e colocar celeridade nisto [no acesso às linhas de crédito]", salientou o líder da UGT, sublinhando que "se as empresas encerrarem, os trabalhadores vão para a rua".
Carlos Silva defendeu que é também "fundamental" reforçar a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), considerando que "o momento é excecional e exige medidas excecionais".
"É necessário que os inspetores vão para o terreno e que tenham apoio logístico", afirmou o líder sindical, adiantando que tem ouvido relatos dos sindicatos a dizer que as visitas dos inspetores às empresas "não está a decorrer com a celeridade que se impõe".
O ministro da Economia afirmou hoje que a grande preocupação do Governo, em interação com a banca, é fazer com que o dinheiro dos apoios chegue à tesouraria das empresas até ao fim deste mês.
Pedro Siza Vieira assumiu este objetivo em conferência de imprensa, em São Bento, após reuniões entre o primeiro-ministro, António Costa, e as confederações patronais e sindicais sobre as condições para o relançamento da economia portuguesa depois de ultrapassada a atual fase de crise sanitária provocada pela covid-19.
Confrontado com as críticas feitas duas horas antes pelo presidente da CIP, António Saraiva, de que os apoios do Estado ainda não chegaram às empresas, o titular da pasta da Economia contrapôs que esses apoios "têm estado a fluir de forma muito intensa".