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Mais de um milhão estão em lay-off. Quanto custa o caderno dos apoios?

Moratórias incluídas, os apoios do Governo à sociedade no âmbito da Covid-19 podem exceder os 20 milhões de euros, segundo as contas do ministro Mário Centeno.

Mais de um milhão estão em lay-off. Quanto custa o caderno dos apoios?
Notícias ao Minuto

09:00 - 17/04/20 por Beatriz Vasconcelos com Lusa

Economia Mário Centeno

O ministro das Finanças, Mário Centeno, adiantou, na quinta-feira, que há um milhão e 18 mil trabalhadores abrangidos pelo lay-off simplificado, um mecanismo do Governo para combater a crise gerada pela Covid-19, protegendo os contratos de trabalho. Contas feitas, o Executivo estima que o total de apoios à sociedade no âmbito da pandemia possa exceder os 20 mil milhões de euros.

"O esforço orçamental é muito significativo, requer uma liquidez muito grande da parte do Estado, estamos a falar mais de liquidez do que da estrutura da execução orçamental", reconheceu Mário Centeno, durante uma audição na Comissão de Orçamento e Finanças (COF), referindo, mais tarde, que o total de apoios pode ser superior a 20 mil milhões de euros, incluindo moratórias às empresas.

Mas há mais medidas em cima da mesa. Aliás, o ministro de Estado e das Finanças fez questão de detalhar a despesa inerente a cada uma delas

  • Cada mês com um milhão e meio de trabalhadores em lay-off - suspensão temporária do contrato de trabalho - "pode ter um custo aproximado de mil milhões de euros".
  • "O esforço de execução de despesa adicional no SNS [Serviço Nacional de Saúde] aponta para valores que durante o ano ultrapassarão os 500 milhões de euros", quantificou Mário Centeno.

  • O ministro acrescentou que os valores são "da mesma ordem de grandeza quer no reforço do subsídio de desemprego, quer de outras prestações sociais, que vão necessariamente ser reforçadas".

  • Dentro do mecanismo de lay-off simplificado do Governo há "um apoio extraordinário às empresas no primeiro mês de reinício de atividade, e esse esforço é equivalente neste momento a um salário mínimo por trabalhador, e tem um impacto financeiro que é 'one-off' e que é muito significativo".

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Hoje regressei à Assembleia da República para a audição da Comissão de Orçamento e Finanças que, numa situação extraordinária como a que vivemos hoje, mantém o funcionamento desta instituição democrática. O Estado é o agente com maior capacidade de desenvolver instrumentos para reduzir o impacto desta crise na economia. Reduzindo a incerteza. Aumentando a confiança. Estou certo que a exigência e a responsabilidade que Portugal sempre demonstrou em momentos difíceis da história serão redobradas assim que chegarmos a um novo tempo. #xxiigoverno #mariocenteno #financas #republicaportuguesa #covid19PT

Uma publicação partilhada por Mário Centeno (@mariofcenteno) a 16 de Abr, 2020 às 12:19 PDT

A conclusão do ministro das Finanças é, por isso, a seguinte: "Tudo somado, estamos a falar de valores que podem exceder, se somarmos as moratórias de apoio às empresas, os 20 mil milhões de euros ao longo do ano de 2020", referiu.

É por isso que podemos fazer este compasso de espera (...) para quando a apresentarmos ela poder vir sem precipitação"Compasso de espera" antes do orçamento suplementar

Tendo em conta que a despesa das medidas de combate à pandemia da Covid-19 é sobretudo em áreas com "flexibilidade orçamental", é possível fazer um "compasso de espera" para apresentar um orçamento suplementar, disse Centeno

"Relativamente à parte que é estritamente orçamental, que pode vir e seguramente virá (...) a requerer um orçamento suplementar, aquilo que estamos a tentar fazer é gerir ao longo da execução orçamental", afirmou Mário Centeno aos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças, lembrando que o Orçamento do Estado para 2020 entrou em vigor no início deste mês.

Mário Centeno justificou que uma vez que a despesa com as medidas de apoio está "muito concentrada no Serviço Nacional de Saúde, que tem uma enorme flexibilidade orçamental, e na Segurança Social, que também tem", o Governo pode aguardar um pouco para apresentar o orçamento suplementar.

"É por isso que podemos fazer este compasso de espera, para perceber até onde é que temos de fazer esta alteração orçamental, para quando a apresentarmos ela poder vir sem precipitação", esclareceu o ministro das Finanças.

Programa de estabilidade adiado. Governo aguarda estabilização dos dados

O secretário de Estado do Orçamento, João Leão, afirmou que o Governo levará ao parlamento uma proposta de orçamento suplementar assim que tiver "os dados macroeconómicos mais estabilizados e as necessidades orçamentais mais estabilizadas".

Também na quinta-feira, o Parlamento aprovou um regime excecional do processo orçamental que permite adiar a entrega do Programa de Estabilidade e que a apresentação da proposta das Grandes Opções seja feita com a do Orçamento do Estado para 2021.

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